Há exatamente um ano, nos deixava Jimmy Raw. Comunicador, radialista, um exemplar profissional do rádio, que também esteve na televisão. Jimmy Raw foi mais uma vítima da Covid-19, que em Junho do ano passado já estava em níveis altos. Jimmy chegou a se recuperar mas logo depois voltou a ficar mal, morrendo pouco depois.
A comoção foi imensa. A notícia dada, na Gazeta do Rio, após a confirmação dos familiares, causou imensa repercussão. Raw era amado pelos colegas. O radialista Garcia Duarte se emocionou ao falar sobre ele, ao anunciar a morte ao vivo na rádio.
Em artigo aqui publicado, o jornalista Gabriel Gontijo ressaltou sua gratidão a Jimmy Raw. Em uma carta de despedida muito emocionado, Gontijo diz:
Conversar com Jimmy era gargalhada na certa. Um cara divertídissimo. Humilde e companheiro. Mesmo com toda a carreira dele marcada pelos áureos tempos da 98 FM e da passagem consagrada como apresentador do Globo de Ouro, da TV Globo, ele nunca dizia coisas se colocando em um oratório. Pelo contrário, adorava contar histórias. Gostava de dizer que era muito grato a Deus por estar vivo, pois teve uma juventude “muito louca. Aprontava de tudo”. E nos brindava com curiosidades engraçadíssimas de bastidores, tanto as que testemunhou quanto as que protagonizou direta ou indiretamente.
Jimmy gostava de dar oportunidades aos mais jovens e Gontijo relembrou quando ele falou ao vivo em um plantão incentivado pelo mestre:
A minha passagem pela emissora estava perto do fim e eu percebia um claro processo de fritura por gente que nem vale a pena aqui dizer. E eu desabafava com ele. E Jimmy era muito solidário. Aliás, ele quase tomou a frente de uma situação para me ajudar. Se não peço para ele desistir, o próprio teria feito o que pudesse para me ajudar. Falando nisso, certa vez ele me chamou num canto pouco antes de começar o programa.
Estranhei, pois ele não era muito de fazer isso.
– Gontijo, vem cá – me chamou num canto no refeitório.
– Fala Jimy! Aconteceu alguma coisa?
– Não, nada. É que eu queria saber se você tem muita nota pra falar ao vivo.
– Olha, a gente começou o plantão agora. Mas quem passou o comando disse que hoje estava fraco de notícia.
– Cara, pega tudo o que você tiver que pegar. Tudo mesmo. Quero dar chance pra você entrar ao vivo.
Esse era Jimy Raw. Pouco tempo depois, desabafei sobre uma tremenda covardia que um dos meus chefes me fez em relação a uma matéria que tinha muita vontade em fazer. Nem que fosse para meu nome constar na reportagem. Para a minha surpresa, ele colocou a matéria no ar, elogiou a reportagem e disse ao vivo de forma espontânea:
“Que matéria linda, que contou com o trabalho nos bastidores do nosso Gabriel Gontijo!”
Jimmy Raw começou no rádio como contato comercial na Capital do Rio de Janeiro .Mudou-se em 1982, para o estado do Paraná, atendendo ao convite do jornalista Ari Soares para integrar a equipe de produtores e apresentadores do programa Na Boca do Povo nas tardes da TV OM ,então afiliada da Bandeirantes, atual CNT.
Foi em Curitiba que começou sua vitoriosa carreira no radio, na FM 104 , na Antena 1 e depois no Sistema Globo de Rádio pela 98 FM e atuando também na TV apresentando os programas Bike Show e Schock na Rede Manchete, assim como diversos eventos televisivos, carnaval e o Globo de Ouro, na TV GLOBO.
Entre 2006 a 2016 apresentou o Baú da Tupi na Super Rádio Tupi aos domingos das 00:00 às 03:00.
O radialista participava também do canal A Turma do Rádio, no Youtube. “Sou cidadão do mundo, da natureza, da boa prosa e em torno de uma mesa farta de amigos“, dizia Jimy na sua página pessoal numa rede social.
Marcou época, fez história. Sempre querido por todos os colegas e pelo público, Jimmy passava alegria ao se comunicar.
Amigo, companheiro.. assim como a música dizia: ele é do bem/Vai levantar o seu astral/
É a voz que veio tocar o seu coração, Jimmy transparecia tudo que a letra dizia e com certeza do céu, ele está brilhando.
Um gigante da comunicação e um grande cara
