Decreto de posse de armas contribui ainda mais com a violência, por Luiza Sansão

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Armas de fogo são causa de morte em 71% dos homicídios no Brasil e, de acordo com o Mapa da Violência de 2016, o Estatuto do Desarmamento evitou 133 mil mortes entre 2004, quando entrou em vigor, e 2014.

Aí o cara assume a presidência sem noção nenhuma de segurança pública, joga pra plateia dele que tanto sonha em sair atirando por aí, ignora 68% dos brasileiros — que, segundo pesquisa divulgada pelo Datafolha na semana passada, se opõem ao afrouxamento das regras para o porte de armas — e altera as regras para a posse de armas.

O decreto assinado por ele facilita que cada cidadão tenha a posse de até quatro armas de fogo e permite que este número seja maior se comprovada a real necessidade para o requerente. E o “detalhe” é que os interessados sequer precisarão do aval da Polícia Federal sobre a posse indispensável do objeto em casa: bastará uma autodeclaração para que o direito à posse seja concedido.

Ou seja, aquele conhecido desequilibrado vai poder ter arma em casa; o motorista que perde a linha no trânsito vai poder ter arma; o machista que agride e ameaça a companheira ou a ex vai poder ter arma; o alcoólatra violento que arruma confusão no bar e em casa com a família vai poder ter arma; o fascista que adoraria não cruzar com pessoas negras, LGBTs, indígenas e defensores de direitos humanos na rua vai poder ter arma.

E você, que votou no verme fascista que agora ocupa a presidência, vai morrer de vergonha por ter acreditado em quem vende soluções fáceis para problemas complexos como os que uma política de segurança pública envolve e contribuído para aprofundar a violência no país que já apresenta índices estarrecedores de homicídios.

Luiza Sansão é jornalista

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