Morre Quinho, intérprete histórico do Salgueiro

0

A inconfundível voz da Acadêmicos do Salgueiro, se calou hoje. Morreu o maior intérprete da história da vermelho e branco, o cara que fez a Sapucaí explodir em 1993, em “Peguei um Ita no Norte”, Quinho, batizado como Melquisedeque Marins Marques, mais conhecido como “Quinho do Salgueiro”, morreu nesta quarta-feira (3).

O cantor estava em tratamento de um câncer na próstata e, apesar de afastado do microfone do Salgueiro desde 2022, seguia no quadro da escola. O carro de som da agremiação foi oficialmente batizado com o nome do cantor.

Quinho morreu no final da noite desta quarta-feira (3), no Hospital Evandro Freire, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio. Segundo familiares, a causa da morte foi insuficiência respiratória. Desde 2022, Quinho vinha lutando contra um câncer de próstata. Ainda não há informações sobre velório e enterro.

O presidente do Acadêmicos do Salgueiro, André Vaz, lamenta profundamente a perda deste grande sambista, apaixonado pela Academia do Samba.

“Um grande amigo, um grande intérprete, marcou a história do Salgueiro e do Carnaval. Nós acompanhamos de perto a incansável luta do Quinho e sentimos muito essa perda. Ele merece todas as homenagens e fazemos questão de que o último adeus seja em nossa quadra, no lugar onde Quinho cantou, encantou e brilhou durante tantos anos.”, finalizou.

Ainda não há informações sobre horário do velório, nem o local do enterro.

Em nota, a Acadêmicos do Salgueiro destacou a história e importância do intérprete:

“Quinho não foi apenas um intérprete talentoso; ele foi a voz que ecoou em cada conquista, em cada desfile, e que se entrelaçou intimamente com a alma do Salgueiro.

Desde o início, nos anos 90, quando liderou o samba “Peguei um Ita no Norte”, até seu retorno triunfante em 2003 e a gloriosa vitória em 2009 com o enredo “Tambor”, Quinho não era apenas um cantor, mas um poeta que traduzia em notas a essência da nossa escola. Seu retorno em 2018, compartilhando o microfone com Emerson Dias, foi mais do que uma volta; foi o reencontro emocionante de um filho pródigo com a casa que sempre foi sua.

Quinho não apenas cantou para o Salgueiro; ele viveu e respirou cada nota, cada batida do coração acelerado da bateria. Ele personificou o espírito salgueirense, e sua ausência deixa um vazio indescritível. Hoje, não choramos apenas a perda de um grande artista; choramos a partida de um membro querido da nossa família.

Nossos sentimentos se estendem à família de Quinho e a todos que, como nós, compartilham uma conexão profunda com o seu legado. Que sua voz ressoe eternamente nas avenidas, nos corações dos sambistas e em cada canto do Salgueiro. Descanse em paz, Quinho, pois sua música continuará a embalar nossas almas.”, completou

Quinho começou no bloco Boi da Freguesia, sendo chamado para compor o carro de som de Aroldo Melodia na União da Ilha do Governador, em 1988. E lá ficou até 1990.

Ele foi para o Salgueiro em 1991 e foi na vermelho e branco da Tijuca, em 1993, com “Peguei um ita no Norte”, que Quinho se destacou. No ano seguinte, voltou para a União da Ilha.

Ao longo de sua carreira, passou por outras escolas do Rio como São Clemente, Acadêmicos do Grande Rio, Império da Tijuca e Acadêmicos de Santa Cruz, e de São Paulo, como Rosas de Ouro, e de Porto Alegre, como a Vila do IAPI.

Mas foi com o Salgueiro que teve sua ligação mais forte. Em 2009, interpretou “Tambor”, com o qual levou a escola a seu nono e último título.

Por causa de divergências com a diretoria, passou um tempo afastado e tentou se candidatar à presidência da agremiação. Mas teve sua candidatura impugnada.

Quinho retornou ao Salgueiro em 2019, quando passou a dividir o carro de som com Emerson Dias.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.