Artigo: Forças Armadas e o vexame nacional

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Por André Salvador

Afirmações falsas, documentos sem provas, falas desastrosas. Assim foi a participação vexatória das Forças Armadas no processo eleitoral.

Uma participação que jamais deveria ter ocorrido se considerarmos sua competência precípua prevista na Carta Constitucional no seu artigo 142 que diz: “As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, destinam-se à defesa da pátria e à garantia dos poderes constitucionais”.

De mesma forma indica que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), órgão máximo da Justiça Eleitoral, exerce papel fundamental na construção e no exercício da democracia brasileira e suas principais competências estão fixadas pela Constituição Federal e pelo Código Eleitoral (Lei nº 4.737, de 15.7.1965), no “Art°.1 – Este código contém normas destinadas a assegurar a organização e o exercício de direitos políticos precipuamente os de votar e ser votado.

Parágrafo Único – O Tribunal Superior Eleitoral expedirá instruções para sua fiel execução”.

Desta forma, fica claro o desvio de finalidade, a instrumentalização e um evidente sequestro das Forças Armadas por grupos idealistas e extremistas capazes de transformá-la num elemento fomentador de um imaginário golpe, assim como ocorreu na tentativa frustrada no episódio da invasão do Capitólio, sede do congresso estadunidense.

De fato, no Brasil contemporâneo não há espaço nem condições para tal, todavia, era o que parecia permear na mente de seus idealizadores.

Pior ainda foi o relatório exarado essa semana que não consegue apontar em um único parágrafo, a materialidade do fato que indicaria contundentemente alguma fraude nas urnas eletrônicas.

O governo que se despede usou um dos mais importantes e credíveis órgãos da república no intuito de alimentar uma potencial reação caso não fosse eleito.

E agora (permitam-me o leitor o uso de trocadilho ou frase de efeito) “o tiro saiu pela culatra”.

No entanto, depreciativa participação que nos faz refletir sobre o real interesse de alguns dirigentes militares, que tiveram voz e que agora se calam assim como seu presidente, perante as impossibilidades que lhe serão impostas.

Novos tempos que se aproximam, mas que nos fazem pensar sobre a repetição destes atos, com a certeza que para que ocorram novamente, dependerão única, exclusivamente e tão somente de nós, por meio do voto (quer queiram ou não), direto, secreto, universal e depositado em Urnas Eletrônicas.

 

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

André Salvador é formado em marketing pela ESPM, professor universitário, sociólogo e presidente da Rede Sustentabilidade Niterói

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