Chiquinho da Mangueira e outros deputados são presos pela PF

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A Polícia Federal faz hoje (8) uma operação para investigar a participação de deputados estaduais do Rio de Janeiro em um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro, loteamento de cargos públicos e mão de obra terceirizada em órgãos da administração estadual.

A operação, chamada Furna da Onça, é um desdobramento da Operação Cadeia Velha, que levou à prisão os deputados Paulo Melo, Jorge Picciani e Edson Albertassi, todos do MDB

Estão sendo cumpridos 19 mandados de prisão temporária, três de prisão preventiva e 47 mandados de busca e apreensão. Alguns mandados estão sendo cumpridos dentro da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Segundo a PF, a organização criminosa pagava propina a vários deputados estaduais, a fim de que patrocinassem interesses do grupo criminoso na Alerj.

De acordo com as investigações, o mensalinho, que seria pago pelo ex-governador Sérgio Cabral, era resultado de sobrepreço de contratos estaduais e federais.

A Polícia Federal prende o banqueiro Eduardo Plass em nova etapa da Operação Hashtag, desbodramento da Lava Jato no Rio de Janeiro.

Ainda de acordo com a Polícia Federal, parlamentares eram beneficiados ainda com o loteamento de cargos em diversos órgãos públicos do estado, onde poderiam alocar mão de obra comissionada ou terceirizada.

Os investigados devem responder, na medida de suas participações, pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro.

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Além de Albertassi, Melo e Picciani, que tiveram novas ordens de prisão, outros sete deputados estaduais têm a prisão decretada: André Correa (DEM), Chiquinho da Mangueira (PSC), Coronel Jairo (MDB), Luiz Martins (PDT), Marcelo Simão (PP), Marcos Abrahão (Avante) e Marcus Vinícius “Neskau” (PTB).

Entre os outros alvos, estão o secretário estadual de Governo, Affonso Monnerat, o presidente do Detran/RJ, Leonardo Silva Jacob, e seu antecessor Vinícius Farah, recém-eleito deputado federal pelo MDB.

CHIQUINHO DA MANGUEIRA

O deputado Chiquinho da Mangueira é o corregedor parlamentar da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Ao corregedor, cabe abrir investigações e presidir inquéritos contra colegas.

Ele foi eleito com 45 votos favoráveis, cinco contrários e duas abstenções, no ano passado. São 70 deputados no total, mas nem todos estavam presentes. Ao ser eleito, afirmou: “Pretendo exercer a função de forma justa, avaliar os casos que forem necessários, conforme é exigido do parlamentar”.

Em setembro do ano passado, ao G1, Chiquinho se disse preparado para ocupar o cargo. “Sou presidente de uma comissão [de Esporte e Lazer] e vice-presidente da comissão mais importante, a de Constituição e Justiça”.

Anos antes, o próprio Chiquinho foi alvo da corregedoria. Em 2003, foi absolvido pela Mesa Diretora da Alerj após ser acusado de quebra de decoro parlamentar por suposto envolvimento com traficantes de drogas do Morro da Mangueira, onde ganhou fama por promover ações sociais.

O local é seu reduto eleitoral e ele é presidente da escola de samba verde e rosa. Foi secretário de Esportes na gestão da prefeitura de Eduardo Paes, à época MDB. Está no quarto mandato como deputado.

ANDRÉ CORRÊA

Outro deputado preso nesta manhã, por volta de 8h15, é André Corrêa. Reeleito com a sétima maior votação desta legislatura, já se considerava virtual candidato à presidência da Assembleia. Está no quinto mandato como deputado estadual. Em 2015, assumiu a secretaria de Meio Ambiente de Luiz Fernando Pezão (MDB).

Foi candidato a prefeito do Rio em 2004

CORONEL JAIRO 

Coronel da PM e deputado do MDB, foi comentarista esportivo e chegou a se arriscar na poesia com o livro “Pedaços de Vida”. Tem seu reduto eleitoral na Zona Oeste, sendo um dos nomes importantes da Mocidade Independente de Padre Miguel. Foi eleito deputado quatro vezes e chegou a ser presidente da comissão de Segurança Pública. Entre 2007 e 2010, foi vice-presidente da Assembleia e presidiu várias sessões.

 

LUIZ MARTINS

Líder do partido na Casa, foi reeleito com mais de 38 mil votos. Foi empossado pela primeira vez em 2010 e relatou a CPI das Armas de 2016. No ano passado, o G1 mostrou que Martins, do PDT, foi um dos beneficiários de doações de campanha feito pelo então presidente da Casa, Jorge Picciani (MDB).

MARCELO SIMÃO

Político de São João de Meriti, foi vereador por três mandatos e renunciou para ser deputado. Foi expulso do PSB, passou pelo PMDB e PHS até chegar ao PP. Foi candidato à prefeitura de Meriti, mas não foi eleito.

MARCOS ABRAHÃO

Foi sargento da Polícia Militar, onde entrou na década de 80. Em sua descrição no site da Alerj, diz que “se caracteriza principalmente pelo dinamismo e lealdade aos seus companheiros”. Levantamento feito pelo G1 neste ano, mostra que Abrahão (Avante) é o deputado mais faltoso da Casa. Em 2014, ele foi denunciado como mandante do homicídio de um ex-pastor da Igreja Universal. A vítima foi morta com 19 tiros.

MARCUS VINICIUS

Oriundo de Barra do Piraí, o deputado do PTB é conhecido como “Neskau”. Foi secretário de Estado na gestão de Sérgio Cabral, depois de cumprir um mandato como deputado estadual.

 

Agência Brasil e G1

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