ALERJ inaugura Sala Lilás para atender vítimas de violência

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Na última quarta (8), a ALERJ inaugurou em alusão ao dia e ao mês da mulher, um espaço de atendimento a vítimas de violências física e sexual.


A Sala Lilás, onde também estará a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher fica no 23º andar da sede do Legislativo fluminense, localizada na Rua da Ajuda, nº 5 e funciona de segunda a sexta.

A sala já existe no estado do Rio desde 2015, e começou a funcionar dentro do Instituto Médico Legal (IML), mas atualmente o estado já conta com unidades em cidades como Niterói, Nova Iguaçu e Petrópolis.

Para o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (PL), o espaço será essencial para acolher as vítimas e mostrá-las que não estão sozinhas, “Daremos todo aparato jurídico e psicólogo para as mulheres, o primeiro atendimento será feito na Assembleia Legislativa e em seguida o caso seguirá para o órgão competente”.

Para a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, da Alerj, deputada Renata Souza (PSol), os números de feminicídios no Rio de Janeiro são alarmantes e ter um espaço como esse na Casa será fundamental para mitigar esses crimes. “Estou muito feliz porque essa é uma luta de nós mulheres na Casa. Essa vítima terá um primeiro atendimento qualificado na Assembleia Legislativa e depois o caso será encaminhado para o órgão competente. É com muita honra e sensibilidade que agradecemos a presidência da Casa que tirou do papel esse nosso pedido”, disse a parlamentar.

Casos de feminicídio crescem no Rio

Por dia, quatro mulheres são vítimas de feminicídio no Estado do Rio, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e o número é crescente.

Complementando a fala da parlamentar, a coordenadora geral da Rede Observatória de segurança pública, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESEC), Silvia Ramos, informou que no ano passado houve um aumento de 45% dos casos de feminicídio no Rio, se comparado aos anos anteriores. “Nem nós esperávamos isso. E o que contribuiu muito para esse aumento foi a pandemia. Muitas mulheres precisaram ficar mais tempo dentro de casa com os seus parceiros e, com isso, mais casos passaram a ser notificados. Vale frisar que as mulheres estão mais informadas agora e isso resulta em mais denúncias”, disse Ramos.

Ana Lúcia Galdino é uma das vítimas que engrossam essas estatísticas. Após sete anos sofrendo agressões físicas, ele conseguiu prestar queixa contra o marido e sair de casa. “Sou mãe de 11 filhos e foi uma luta pra mim, mas hoje eu não aceito mais que uma mulher apanhe de um homem. Quando isso acontece com as minhas filhas, porque já aconteceu, carrego elas para a delegacia e apoio a denúncia. Acho importante que elas tenham acesso à informação e suporte para sair desse problema”, relatou.

Para a Tenente Coronel da Polícia Militar, Cláudia Moraes, a atuação da PM é fundamental nesses momentos. “Quando se fala de feminicídio, a gente sabe quem é a vítima, quem é o autor, o possível local do crime, mas não sabe quando isso vai acontecer e isso é o mais difícil. E para melhorar isso precisamos ampliar o nosso alcance. Seria ideal se tivéssemos uma delegacia da mulher em cada município”, concluiu Cláudia.

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