Prefeitura e Governo do Estado se recusaram a ajudar a festa, um dos patrimônios brasileiros nas Copas do Mundo
Pela primeira vez desde 1978, não será realizada a festa do Alzirão, que tem exibição de jogos do Brasil na Copa do Mundo e shows. Ela é promovida na esquina das ruas Alzira Brandão e Conde de Bonfim, na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro.
O cancelamento foi publicado nas redes sociais do Alzirão pela organização da festa. A organização alega falta de patrocínio. Nem governo do estado, muito menos a Prefeitura quiseram ajudar. A cervejaria que ajudava esse ano também não quis patrocinar. Outro problema está numa briga judicial pelo uso do nome Alzirão.
Em nota, o site informou que “a falta de patrocinadores resultou na ausência de um dos maiores redutos de torcedores brasileiros durante a Copa. Em nome da diretoria da associação recreativa e cultural Turma do Alzirão, infelizmente informamos que não realizaremos nossa tradicional festa de rua. Sem patrocínio não é possível. Pedimos desculpas ao nosso fiel público, que contava com nosso evento para torcer pela Seleção na Copa 2022 e agradecemos a quem colaborou para tentar realizar a festa’’, acrescentou.
O Alzirão é um dos mais tradicionais pontos de encontro da torcida nos mundiais. A festa é realizada há 44 anos e reúne mais de 12 mil torcedores em cada jogo da seleção brasileira de futebol.
Porém caso pode ir para a justiça
Já o senhor Guilherme Teixeira, que se diz idealizador e organizador dos eventos do Alzirão e que fazia parte do grupo disse a coluna de um jornalista que está entrando na Justiça, com uma liminar para tentar realizar a festa na Tijuca. Ele informou – pelas redes sociais – que a eleição para a diretoria do Alzirão, às vésperas da Copa do Mundo, foi fraudada.
Em desrespeito ao estatuto, “convocaram eleição para uma determinada data e local, e a realizaram às escondidas, em outra data e local, sem a presença dos sócios organizadores do Alzirão. Por fim, registraram essa fraude em forma de ata e flanaram por aí se passando por organizadores do evento”, explicou
Ele disse ainda que o cancelamento da festa nada tem a ver com falta de patrocínio, e, sim, em função do que chama de fraude.
PREFEITURA OMISSA
Ronaldo Saliba, o atual presidente da Associação Recreativa e Cultural Turma do Alzirão, salienta que desde o ano passado eles estão com dificuldades em relação aos patrocínios.
“Estamos aqui há 44 anos e sempre tivemos patrocínios por Lei de Incentivo ou ajuda direta. Mas, neste ano estamos passando por uma situação muito difícil. A diretora atual começou a 79 dias antes da Copa. Não houve aporte no ano passado para esse ano”, diz o presidente.
Ele afirma que não tem uma explicação para a falta de apoio fora a época atípica em que é realizada a Copa 2022. “Vínhamos conversando com a Ambev, que é parceira nossa aqui, mas de uma hora eles desistiram. Não sabemos o que aconteceu. A Prefeitura do Rio, que sempre também esteve presente, nesse ano, literalmente, virou as costas. Não sabemos se é porque é um ano atípico, Copa do Mundo no fim de um ano”.
Saliba afirmou que a gestão municipal não deu nenhuma licença para os sete dias das festividades.
“Essa licença é um conjunto. É CET-Rio, Guarda Municipal, Comlurb, porque aqui é muito complexo. Nunca houve problema. Mas, neste ano, parece que a Prefeitura fechou os olhos e ainda não fez nada ainda”, informou.
De acordo com a direção do Alzirão, entre 10 e 15 mil pessoas comparecem ao local por jogo. A faixa de renda do público é B e C, são homens e mulheres de 16 a 50 anos e a em sua grande maioria são de moradores.
Por meio de nota, a Subprefeitura da Grande Tijuca disse que sempre dá suporte e apoia todos as promoções na região “que estejam regularizadas, estruturadas e atendam às exigências dos órgãos públicos para a realização de qualquer evento com organização e segurança”.
A organização disse que gastaria cerca de R$ 500 mil para montar um palco e um telão. Já nos sete jogos seguintes, caso o Brasil fosse à final, a direção gastaria entre R$ 200 mil e R$ 400 mil por evento.
