Blog do Luiz Otávio: Os desafios e aventuras dos estudantes atletas brasileiros nos EUA na pandemia

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Na busca de seus sonhos, jovens são exemplos de dedicação e superação, diante de um período de incertezas sem precedentes

Em 2019, o número total de alunos internacionais matriculados nas faculdades dos EUA era de 1.095.299, representando 5,5% do corpo discente dos EUA.

A busca por jovens estrangeiros está começando cada vez mais cedo, ainda no ensino médio (high school) . Pais e alunos investem em busca do “sonho americano” para poder unir o esporte de alto rendimento e os estudos.

Casos incomuns de meninos que saem de países, considerados os melhores em sua atividade, para se desenvolverem nos EUA. O Brasil, por exemplo, é o único país que detém 5 Copas do Mundo FIFA e brindou o mundo com o Rei do Futebol, Pelé, que dispensa apresentações e tantos outros talentos.

O acesso à Clubes Profissionais e Formadores no Brasil, tem caminhos incertos e não tem critérios objetivos, como regras da NCAA, por exemplo: Empresários e captadores recrutam crianças talentosas cada vez mais cedo, sem garantia de sucesso.

E não raro, sacrificando a formação acadêmica destes jovens.

Enrico Paparelli, um jovem brasileiro de apenas 15 anos, chegou a Raleigh/NC para estudar na Neuse Christian Academy e jogar futebol pelos “Lions” em julho / 2019. Enrico iniciou suas práticas esportivas em escolas de futebol de grandes times de seu país, na escola do São Paulo FC, com passagem pela FCB Escola, academia de futebol do Barcelona Futebol Clube, em São Paulo, na ação de expansão e observação de talentos do clube catalão. E por último no Referencia Brasil FC, um excelente clube de treinamento e desenvolvimento tático-cognitivo para atletas, que proporcionou ao Enrico o monitoramento da base do Clube Athletico-PR, em 2018. O CAP é considerado atualmente uma das melhores estruturas de base do Brasil.

Com esse histórico esportivo, junto com seus pais, Enrico entendeu que dar continuidade ao sonho de jogar futebol nos Estados Unidos seria mais vantajoso. Segundo ele:

“No Brasil é muito difícil conciliar os estudos com o esporte de alto rendimento. Nossa logística é muito complexa e passamos muitas horas no trânsito. Estava muito cansado e já comprometia o meu rendimento escolar e no campo ”.

A preocupação dos pais era justamente com o desenvolvimento acadêmico, “Sempre nos preocupamos em matriculá-los (os filhos Enrico e Lucas) em boas escolas e em estudar outro idioma para prepará-los, independente das opções deles”, afirmam Adriano Paparelli e Mary, pais do Enrico.
Antes mesmo dos 14 anos, Enrico conheceu um programa de intercâmbio esportivo (Next Academy) e decidiu arriscar. Deu certo! Em suas duas temporadas por lá, como “freshman” e “sophomore”, junto com sua equipe, os “Lions”, conquistou:

Temporada 20-21

NCISAA State 3rd
20-21 MID – Carolina Conference All Tournament Team
20-21 Offensive Player of the Year – NCA
2x Selected the “Player of the Game”

Temporada 19-20

Winner of the 37th Annual Greenfield Cup
19-20 MID – Carolina Tournament Champions
19-20 MID – Carolina Conference All Tournament Team
19-20 NCISAA State Runner-UP
19-20 All State Selection NCISAA
19-20 Offensive Player of the Year – NCA
3x Selected the “Player of the Game”

Nesta temporada de 20-21, mesmo atípica por causa da pandemia, ele fez uma forte preparação no Brasil e fez a quarentena em San Luis Potosí, no México, para poder voltar com segurança aos EUA, já que ainda existem restrições diretas aos voos do Brasil.
A aventura contou com uma escala de 1 dia na Cidade do México, para somente depois seguir para Potosí, onde foi hospedado por um casal de brasileiros (Daniel e Eliana), por 15 dias.

Em outubro/2020, Enrico acompanhado de Felipe (amigo e colega de time nos EUA) dormiram em “cápsulas” no Aeroporto. Os seus pais, para garantir a segurança e o conforto de ambos, pesquisaram e encontraram uma solução de hospedagem no próprio terminal do aeroporto da Cidade do México.

O esforço valeu a pena!

Após a quarentena obrigatória, cercado de todas as cautelas que este período requer, ambos chegaram em Raleigh/NC, realizaram o PCR e com o exame negativo partiram com tudo para ajudar sua equipe.
Mais uma vez, superando todas as dificuldades, Enrico alcançou a melhor média de gols da equipe do técnico Michael Davis, sendo de 1,43 por jogo e 1,29 assistências, sem deixar de lado seu desempenho acadêmico com a excelente marca de GPA de 3,83 (total de 4.0).

“Temos nos esforçado para proporcionar a ele a segurança e apoio necessário para que possa conquistar seus sonhos. O foco e a disciplina dele nos inspira e nos enche de orgulho”, dizem os pais, Adriano e Mary.
Enrico enfatiza a qualidade dos treinamentos já realizados nos “Camps” e “Tryouts” nas terras do Tio Sam, e a desenvoltura dos americanos no esporte:
“Engana-se quem pensa que os americanos não sabem jogar futebol. E as estruturas dos Colégios e das Universidades que encontramos por lá são incríveis!”, afirma.
Ele acredita que em 2026, o país que sediará a Copa do Mundo, junto com Canadá e México, pode surpreender na competição.
A visão dele tem fundamento.

Recentemente, o atacante Brenner, uma jóia da base do São Paulo FC, apostou neste novo mercado deixando para trás propostas do velho continente.

Seu objetivo é continuar se desenvolvendo esportiva e academicamente para conquistar uma bolsa de estudos por universidade americana, que possua um time de futebol competitivo.
E esta história não parou por aí!
Este jovem não mede esforços para aproveitar as oportunidades. Com o forte inverno nos EUA neste primeiro trimestre, e com o mundo ainda em pandemia, Enrico conseguiu autorização do seu colégio para retornar ao Brasil e estudar pelo modelo “híbrido”. Assim, enquanto ele mata a saudade da sua família e desfruta da companhia de seu irmão Lucas, de 11 anos, ele também iniciou sua pré temporada e disputará pela sua antiga equipe, o Referencia FC, pelo sub 16 a “Paulista Cup”, entidade regional reconhecida por organizar torneios de base no estado de São Paulo.

Ele é mais um exemplo desses meninos que buscam oportunidades e desenvolvimento em solo americano, longe do conforto de suas casas e familiares. Certamente, seu aprendizado está além das quatro linhas e colecionando “perrengues” e memórias.

Para quem deseja acompanhar a saga desse valente jovem, siga-o em suas redes sociais:

https://www.instagram.com/enrico.paparelli/ e https://twitter.com/PaparelliEnrico

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