Editorial: O ausente Crivella, política, mídia e interesses

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Estamos vivendo um momento bizarro e ao mesmo tempo único na cidade do Rio de Janeiro: o processo de impeachment envolvendo um prefeito.
Vivemos uma situação igual em 2016, com a deposição da ex-presidente Dilma Rousseff.
E tirando a questão ideológica da questão, os casos são bem parecidos. Um governo seja ele qual for, sobrevive apenas com apoio do legislativo. É assim desde que a democracia foi restabelecida no Brasil nos anos 80. E se um governante perde esse apoio, contando claro com uma popularidade, fica perto de um processo desses. Collor passou por isso, com grande apoio da imprensa. Dilma a mesma coisa. Crivella, num patamar diferente por ser uma cidade.

Os motivos para a queda não estão ligados a sua pouca popularidade em pesquisas ou a um governo equivocado, com declarações infelizes, uma falta de cuidado em aspectos básicos na cidade e uma crise financeira motivada por um rombo causado pelo governo Eduardo Paes, verdade seja dita. Conta se a isso, uma ferrenha oposição da Globo, que é voz ativa desde sempre na cidade e na política do Rio de Janeiro.

Não importa se o governo for bom ou ruim, se a Globo não apoia, já é caminho para o fracasso.
Cabral e Pezão não tiveram a mesma onda de críticas e oposição.

Cabral ostentava um apoio generoso da Globo. Será que rola um mea-culpa também?

Paes com um governo extremamente equivocado tinha maioria na câmara dos Vereadores e sabia como distribuir cargos e agradar aos seus e a mídia.
Crivella parece não ter muita paciência ou pouco apreço pela política como ela é, mesmo tendo sido senador e ministro de estado por treze anos.
O motivo da queda, assim como foi com Dilma é raso, extremamente raso. Se não cair dessa vez, novos problemas surgirão.

Mas isso não porque seu governo seja ruim, mas porque não interessa mais aos vereadores que estão em grande parte ansiando por uma eleição indireta para a prefeitura do Rio.

Lula em 2005 foi envolto no caso Mensalão. Não caiu pelo seu extenso apoio na câmara, o caso Rodrigo Bethlem em 2014 não derrubou Eduardo Paes, que tinha mais de 40 vereadores na mão, Crivella tem bem menos que isso.

Crivella tem um governo mal avaliado e que apesar das circunstâncias tem confusões latentes, ausência de investimentos nas mais diversas áreas, mudanças constantes e um sucateamento em aparelhos do município. Soma se isso a falta de investimentos em obras em currais políticos dos vereadores e isso que acontece.

Pegou mal a muita gente a falta de apoio ao carnaval, apesar que dentro do meio do carnaval, o amadorismo dos dirigentes e a falta de transparência contribuem para a ausência de recursos.

Ou ele conserta e ganha esse apoio fazendo o jogo da câmara ou cai, fazendo acabar de vez o projeto político da Igreja Universal.

Será que a população da cidade do Rio de Janeiro ganha com isso ?

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