A cidade maravilhosa pede socorro como uma bela mulher, mas na sarjeta, doente e judiada! O estado completamente quebrado, os casos de corrupção sendo escrachados como nunca, e a violência que toma conta da terra de um povo conhecido por sua simpatia, mas que também é trabalhador e guerreiro!
O Rio de Janeiro é a imagem perfeita do que é o Brasil, e do tamanho que é o nosso problema! Alimentamos políticos sem um pingo de caráter por nossa ignorância e comodismo. Deixamos para cobrar e mostrar que estamos de olho somente quando o caos já está instalado. Criamos uma cultura do medo, da banalização da criminalidade. Insistimos numa politica comprovadamente ineficiente de combate as drogas oferecendo o monopólio dessa industria na mão de criminosos, e permitimos que bandidos se tornem ídolos, muitas vezes referencia de sucesso dentro de suas comunidades, e colocamos o policial pouco valorizado e num estado constante de tensão contra a parede.
Se o Rio de janeiro reflete o que é o Brasil, o Brasil reflete o que é o seu povo! A cultura da bagunça é a nossa marca registrada. Somos a “turma do fundão” do mundo, e só nos preocupamos com a aula quando já estamos com a corda no pescoço e prontos para repetir de ano, enquanto outros alunos já podem curtir as férias.
Sequer temos a dimensão da importância do dinheiro público, de quem ele é, e da responsabilidade que deveria ser usada para cada centavo gasto. Margaret Thatcher, a “Dama de ferro” dizia:
“Não nos esqueçamos nunca desta verdade fundamental: o Estado não tem outra fonte de recursos além do dinheiro que as pessoas ganham por si próprias. Se o Estado deseja gastar mais ele só pode fazê-lo tomando emprestado sua poupança ou cobrando mais tributos. E não adianta pensar que alguém irá pagar. Esse ‘alguém’ é você. Não existe essa coisa de dinheiro público. Existe apenas o dinheiro dos pagadores de impostos. Por inventarmos mais e mais programas generosos de gastos públicos. Você não enriquece por pedir outro talão de cheque ao banco. E nenhuma nação jamais se tornou próspera por tributar seus cidadãos além de sua capacidade de pagar. Nós temos o dever de garantir que cada centavo que arrecadamos com a tributação seja gasto bem e sabiamente.”
Aqui só nos importamos com os centavos quando somos atingidos em nossos próprios bolsos, seja por propostas de tributação esdruxulas de certos governantes, seja quando roubam o nosso celular.
Sabe, o poder emana do povo sim, mas seu fracasso também. O Brasil é o eterno “país do futuro” porque andamos em círculos dentro dos nossos piores vícios. O povo carioca, e todo o povo brasileiro, são sim vitimas, reféns de um bando de filhos da puta, mas jamais sairá dessa situação se não mudar sua cultura, se não olhar para si mesmo e se perguntar qual a sua parcela de culpa nesse caos. Alguns mais otimistas chamariam isso de complexo de vira-latas, e eu entendo e talvez até concorde, mas talvez aceitar que o complexo de vira-latas seja o passo inicial para se enxergar a sujeita que precisa ser eliminada da casa seja o primeiro passo. Até quando vamos acumular o lixo?