Não vai ter escola, nem nova universidade. A Prefeitura do Rio quer transformar o terreno que foi da Gama Filho em mais um parque, o “Parque Piedade”. O local teria um espaço com centro cultural, esportivo e com área de lazer, nos mesmo moldes do vizinho Parque Madureira. A Prefeitura não informou o custo da obra e quando ficará pronto, o que por sinal não foi questionado.
É o que promete a Prefeitura do Rio. O projeto foi apresentado pela mesma e divulgado pelo Jornal Extra. O projeto segundo a prefeitura promete, seria feito em parceria com a Fecomércio.
A população ainda não foi consultada sobre o projeto e quais as melhorias que ela gostaria que acontecesse.
O local, que já foi símbolo de prosperidade para a região, abriga atualmente apenas as ruínas da Gama Filho, gerando degradação e representando o descaso com umas das instituições que já foi uma das mais prestigiadas do município. O campus está avaliado em R$ 308 milhões, segundo valor estabelecido por administradores judiciais.
Em artigo publicado na Gazeta do Rio, foi reforçado o caráter histórico da unidade
Há oito anos morria a Universidade Gama Filho
A promessa da Prefeitura é de que a nova área de lazer do Rio terá quase 17,7 mil metros quadrados, onde haverá um centro cultural, esportivo e educacional.
Conforme informou o jornal Extra, o projeto do município foi revelado depois de, no último dia 16, o prefeito Eduardo Paes ter publicado em Diário Oficial um decreto que declara de utilidade pública, para fins de desapropriação, 35 endereços da universidade. E pretende ser a alavanca para uma retomada de todo o entorno.
Os croquis iniciais incluem uma esplanada para eventos, um mirante, hortas comunitárias, anfiteatro, quadra de esportes, praça de skate e espaços com brinquedos de “alta qualidade”, além de uma área comercial para restaurantes e lojas. Passarelas devem ligar o parque à estação de trem e ao trecho do bairro localizado do outro lado da linha férrea. E no edifício onde funcionava a biblioteca da universidade, que hoje se vê depredado por quem passa pela Rua Manoel Vitorino, funcionará um centro de tecnologia.
O projeto conceitual do parque foi todo elaborado pelos arquitetos e urbanistas da prefeitura. O secretário de planejamento urbano, Washington Fajardo afirma que uma licitação já foi lançada para contratar a empresa que fará o projeto para a execução das obras, o que ajudará a definir valores e prazos para que a construção do local saia do papel.
Já a Fecomércio informou que já desenvolve o projeto para as construções que serão destinadas à federação. Assim que “estiver finalizado, ele ficará à disposição da prefeitura do Rio, aguardando o momento em que a instituição tiver autorização para dar início ao projeto”, diz o comunicado.
Ainda na nota, a federação ressalta que na região já há três empreendimentos imobiliários em andamento, cada qual de uma construtora diferente. Ao todo, são 1.700 novas unidades habitacionais.
O parque, segundo o subprefeito da Zona Norte, Diego Vaz, também servirá a esses novos moradores. E ele espera que atraia novos investidores à região, em consonância com os planos do município de estímulo a uma renovação da Zona Norte, sobretudo, na direção dos ramais de trem que cortam a região.
Um movimento inicial nesse sentido ocorreu em abril do ano passado, quando Paes assinou um primeiro decreto para desapropriar o imóvel da Gama Filho. Já foi, na época, um alento a moradores e credores, que esperavam uma definição desde a falência do grupo, em 2014.
O campus tem 57.300 metros quadrados de área construída e capacidade para 40 mil estudantes. Mas, quando fechou, havia cerca de 9 mil alunos, muitos que até hoje não conseguiram ter o diploma, porque a universidade foi descredenciada pelo MEC, antes de ser decretada a falência do Grupo Galileo, responsável, na época, pela Gama Filho e UniverCidade.
Primeiro secretário da Câmara Municipal, o vereador Rafael Aloisio Freitas (Cidadania) recebeu a diretoria da Fecomércio para conhecer o projeto da entidade para revitalizar o espaço da Universidade Gama Filho.
De acordo com o projeto da Fecomércio, que ainda depende de aprovação da Prefeitura do Rio, os prédios da universidade serão reformados. E passarão a abrigar unidades do Sesc e do Senac, com cursos e oficinas de idiomas, tecnologia, artes e ciência, teatro, biblioteca, salas multiuso e galeria, além de um parque aquático, um ginásio poliesportivo e uma escola infantil para filhos de empregados do comércio.
O bairro de Piedade faz parte da área da Região Administrativa do Méier junto com outros 15 bairros, onde vivem mais de 400 mil pessoas.