sexta-feira, maio 10, 2024

Há 8 anos morria a Universidade Gama Filho

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Por Carlos Henrique de Vasconcellos Ribeiro, professor

Instituições de ensino morrem no Brasil. Claro que escrevo aqui da morte simbólica, porque, de fato, empresas privadas fecham, vão à falência e foi o que que aconteceu com essa instituição.
Mas do ponto de vista da interrupção do conhecimento, da circulação do saber e atraso no desenvolvimento social, o que se teve foi um corte abrupto, algo traumático como uma grande perda para centenas de trabalhadores e estudantes.


Bibliotecas formadas por décadas, laboratórios de pesquisa montados com recursos públicos, salas de aula confortáveis. Isso sem falar no ginásio e parque aquático. Tudo sucumbiu a partir daquele janeiro de 2014.
Eu era docente da Gama Filho naquela época, e assim como outros colaboradores tive minha vida mudada de uma hora para outra.
Passados quase uma década, quem passa pela Rua Manoel Vitorino não vê apenas prédios abandonados. Vê também o bairro da Piedade mais pobre, com menos comércio e gente circulando.


Uma tristeza


É o retrato de um País que, às vezes, ignora o conhecimento – quase um terço de nossa população desconfia da ciência, segundo dados da Welcome Global Monitor –, e tem dificuldades de entender que não há desenvolvimento econômico e equidade social sem educação.
Espero que algum dia o imbróglio jurídico seja resolvido, e que ao menos meus futuros netos possam ver algo melhor do que temos hoje.

Enquanto isso, fica a lembrança e o orgulho de ter pertencido a uma das mais importantes instituições de ensino do Brasil e que transformou a vida de milhares de pessoas através de uma atmosfera que transbordava embates intelectuais, disputas por espaço institucional, circulação de gente com fome de conhecimento! Local cheio de vida, novidade, tensão e alegria.

Viva em nossas memórias a Universidade Gama Filho!

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