Nova secretária de Paes disse em 2016, que moradores da Vila Autódromo eram “tudo farinha do mesmo saco”

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02/12/2020

Eduardo Paes nomeou Marlí Peçanha para a Secretaria de Ações Comunitárias do futuro governo. Professora da rede municipal de ensino, Marli nasceu em Minas Gerais, mas foi criada na comunidade de Rio das Pedras, na zona oeste da capital fluminense. Ela será a primeira mulher negra a integrar a cúpula dos mandatos de Paes e nas redes sociais, nunca escondeu ser uma militante do futuro prefeito.

“Quero anunciar aqui a Marli Peçanha, a conheço há muitos anos. Trabalhou comigo quando fui subprefeito da Barra e Jacarepaguá. E assume aqui essa função de secretaria de ações comunitárias. Além das qualidades excepcionais da Marli, eu disse claramente que teríamos um governo antirracista. Faço questão que sejamos um governo muito proativo nessa questão”, declarou Eduardo.

RESPONSÁVEL PELAS REMOÇÕES

Marlí também é lembrada por sua atuação nas remoções de moradias na Vila Autódromo, local detonado por Paes para virar depois o Parque Olímpico, elefante branco que a gestão deixou.

Em um vídeo compartilhado em 2016, às vésperas dos Jogos Olímpicos, Marlí aparece dizendo que sentia “Eu sinto o cheiro desse povo de longe. Não dou papo. Aqui é tudo farinha do mesmo saco. Eles não moram aqui e vivem disso” diante das manifestações dos moradores que se recusavam a deixar o local e apanharam por conta disso.

LEIA A MATÉRIA DA AGÊNCIA PÚBLICA NA ÍNTEGRA AQUI: https://apublica.org/2016/02/uma-demolicao-dentro-do-parque-olimpico/

Na Vila Autódromo, Marlí era responsável por demarcar as casas que seriam derrubadas na Vila Autódromo

Os moradores tinham uma relação conflituosa com a delegada Adriana Belém, que se recusou a denunciar um guarda municipal que invadia as casas das pessoas. Ela tinha proximidade com Marlí, na época uma das mais conhecidas porta-vozes da prefeitura. No Facebook de Marli, por exemplo, as duas aparecem posando juntas para fotos