Espondilolistese é um termo derivado da língua grega onde “spondylo” significa vértebra e “olisthesis” representa o ato de deslizar. Surge quando uma vértebra (osso da coluna) desliza sobre a inferior. Este distúrbio complexo que pode comprometer seriamente a alinhamento da coluna vertebral que em pessoas normais é meticulosamente alinhadas.
Os sintomas da espondilolistese são variáveis e, em alguns casos, podem não ser perceptíveis (assintomáticos). Quando presentes, manifestam-se através de dor na região onde ocorreu o deslizamento, e em situações mais graves, podem haver compressão da medula espinhal ou nervos próximos. Essa compressão pode causar sintomas como formigamento, dormência, fraqueza em braços ou pernas, e dor irradiada para os membros. A condição também pode levar a espasmos que resultam em rigidez da coluna e dos músculos, alterações na postura. Alguns sintomas comuns incluem:
- Dificuldade em caminhar ou correr
- Dor na região cervical, lombar ou nas nádegas
- Dor na região posterior de uma ou ambas as pernas ou braços
- Fraqueza nas pernas ou braços
- Dor agravada ao pegar peso ou fazer movimento na coluna
O diagnóstico pode ser realizado através de uma avaliação do histórico do paciente, exame físico detalhado, e imagens obtidas por radiografias e ressonância magnética. Exames mais sofisticados como tomografia computadorizada e ressonância magnética fornecem maior detalhamento sobre a fratura da vértebra, seu potencial deslizamento, e sobre eventuais compressões nervosas.
A espondilolistese pode ter origens diversas, incluindo hereditárias, onde o osso vertebral é mais fino e vulnerável, ou adquiridas através de atividades físicas intensas, traumas/acidentes , ou doenças crônicas. Embora possa afetar qualquer parte da coluna, é mais comum nas regiões lombar e cervical, particularmente em L4/5 ou L5/S1. As causas típicas incluem:
- Fraturas
- Lesões articulares
- Degeneração (envelhecimento das vértebras)
- Defeito ósseo congênito
- Defeitos ósseos adquirido na parte posterior da coluna
- Tumores
- Cirurgia
Aconteceu recentemente com um rapaz que foi atingido por equipamento de academia e teve uma espondilolistes traumática, nestes casos as impactos sobre a estrutura da coluna podem ser gravíssimos.
Estudos indicam que a espondilolistese afeta aproximadamente 6% da população, sendo mais prevalente em mulheres e indivíduos acima de 50 anos. Fatores como estilo de vida sedentário, mudanças hormonais na menopausa, ou pressão exercida sobre os ossos na coluna lombar por certos esportes, podem aumentar o risco.
O tratamento é individualizado e adaptado à severidade dos sintomas e possíveis déficits neurológicos, podendo incluir abordagens conservadoras ou cirúrgicas. A abordagem conservadora é indicada para casos leves e envolve modulação de atividade física, fisioterapia, medicamentos anti-inflamatórios, e fortalecimento muscular. Em casos de estenose espinhal sintomática, o tratamento cirúrgico pode ser necessário, incluindo descompressão isolada ou com artrodese, e em algumas situações, a abordagem minimamente invasiva.
Em resumo, a espondilolistese é uma condição multifatorial que requer um diagnóstico preciso e tratamento personalizado. A compreensão profunda da patologia, juntamente com uma abordagem clínica adaptada, é essencial para uma gestão eficaz e melhoria da qualidade de vida do paciente.
Drº Rodolfo Carneiro
Neurocirurgião de Coluna
@drrodolfocarneiro
https://colunaeneuro.com.br/