Enlevo de consciência

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Hoje, em um sonho, acordei desperta,
Respirei, profundamente,
Uma mágoa que rondava meu corpo.
Densa, senti uma brisa que sussurrava,
Que uivava, lentamente,
Uma solidão sonolenta.

Chamei-a para dentro, num impulso.
Quase implorei pela sua afeição.
Coberta da mais doce e régia carência,
Trovejava por ter qualquer companhia,
Mesmo que meus olhos chorassem,
Suntuosos, em contradição.

Sábia alma que se abre ao fundo.
Tu sabes o peso do meu caminhar?
Já sentiste o ar rarefeito,
Indo e vindo, daquilo que chamo
Sobra de vida, destinada ao lamento?
Sabes, sentes e,
Ainda assim, sustenta-me.

E por teu zelo, teu alento,
Reúno os resquícios do que ainda tenho,
Prendo-os às minhas entranhas,
Ao meu fluido etéreo,
Esparramado em confusão.
Sob teu comando, só a ti pertenço,
E levito, leve, deixando qualquer dor no chão.

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