Em entrevista, Hugo Leal avalia seu trabalho como superintendente da Grande Tijuca

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Hugo Leal Figueiredo foi superintendente da região da Grande Tijuca por um ano e dez meses até a chegada de Wagner Coe, que assume agora com a nova gestão de Eduardo Paes. Inclusive a própria nomenclatura foi modificada. De superintendente, Coe volta a ser subprefeito. Independente disso, Leal fez um trabalho elogiado pela maioria dos moradores da região e ele fala como foi lidar com os desafios da Grande Tijuca.

1- Hugo, faça um balanço sobre seu trabalho na Superintendência desde o momento em que você assumiu o cargo e agora que você saiu. Como estava a situação quando chegou e agora ao sair?

Assumi a Superintendência no dia 19 de Março de 2018, a situação que me deparei no primeiro dia era de abandono e desorganização por parte das gestões anteriores. Processos perdidos, atrasados e sem resposta há meses. Os representantes dos órgãos não tinham representação e não havia uma liderança para efetivamente priorizar e organizar os equipamentos municipais e as emergências a serem atendidas. Esse foi o primeiro passo a ser dado, uma bateria de reuniões com os representantes dos órgãos e instituições para organizar não somente os serviços mas a metodologia a ser implantada. Demos duro dia e noite e conseguimos reorganizar toda a política de atendimento e de prestação de serviço aos moradores. O Fato de eu e minha equipe, apesar de muito reduzida, sermos moradores da região ajudou muito já que são bairros com particularidades diferentes e complexas. Por fim conseguimos criar um fluxo de participação dos moradores no serviço e chamar a população para fazer parte dessa mudança. Terminei minha trajetória com a mudança de governo e consegui fazer a transição com muita organização e respeito ao próximo gestor, que torço para que faça um trabalho excepcional, enfrentará muitas dificuldades assim como eu mas dessa vez a desorganização e a falta de cuidado não serão uma delas.

2- Qual foi a maior dificuldade e o maior desafio a frente da região?

A maior dificuldade foi mostrar aos moradores que nós éramos diferentes, que realmente nos importávamos com nossa região e com o bem-estar de cada pessoa que nos procurava, enfrentamos muita pressão política já que a Grande Tijuca é uma região extremamente politizada e com muitos representantes do poder legislativo.

O maior desafio foi enfrentar a corrupção que se enraizava na história do equipamento público da região, extorsão de eventos e cobranças indevidas a comerciantes que eram costumeiras e tivemos que ter sabedoria e muita coragem para esse enfrentamento. Acredito que hoje os comerciantes, produtores de eventos e o comércio ambulante sabem que podem trabalhar sem precisar pagar “taxas adicionais”. Por fim a maior dificuldade e desafio foi em relação a falta recursos e escassez de serviços pela crise que a prefeitura passa. Muitos serviços foram feitos com recursos próprios e ou parcerias com empresas locais.

3- Como foi seu diálogo com os moradores locais ?

O diálogo sempre foi o carro chefe da minha gestão, não deixamos nenhum morador sem resposta. Investi muito tempo e recurso nesse quesito. Sempre entendi que o servidor deve servir e a população precisa de respostas e minimamente de atenção. A conclusão dos serviços é muito importante mas a interação é indispensável. Fiquei muito honrado quando soubemos da notícia da mobilização dos moradores pedindo nossa permanência, isso não tem preço.

4- E agora o que você vai fazer, seus planos agora?

Eu continuo lutando para transformar a minha cidade em um lugar melhor, começando pela Grande Tijuca. Ainda não tenho nada definido mas garanto que os moradores da região e da cidade podem esperar muito trabalho, honestidade, transparência e canal de diálogo sempre abertos aonde quer que eu vá. Muitos me questionam sobre uma possível candidatura, não descarto essa possibilidade mas só se tornará realidade se forem nos termos corretos, sem verba partidária e sem “contratos” de troca de favores.

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