A diretoria da Portela plantou um baobá no Parque Madureira, nesta sexta-feira (20), feriado pelo Dia da Consciência Negra, como forma de homenagear a memória de todos os portelenses que faleceram desde o mês de março, vítimas da Covid-19 e de outras doenças.
A muda que será plantada tem origem num broto do famoso baobá João Gordo, que teve seu tronco criminosamente cortado no mês de agosto, na Ilha de Paquetá. Integrantes do grupo Plantar Paquetá conseguiram resgatar parte da estrutura que havia sido derrubada por vândalos, garantindo a sobrevivência da árvore. Ao saber do desejo da diretoria, o grupo decidiu presentear a Portela com uma das mudas do baobá.
A simbologia e a história das imponentes árvores de origem africana serão retratadas no enredo “Igi Osè Baobá”, dos carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage, que a Azul e Branco apresentará no próximo carnaval.
Na tradição africana, baobás são pontes que unem os vivos e os mortos. Era comum, por exemplo, os griôs (anciãos mais sábios) serem sepultados no tronco de baobás, para que, enquanto a árvore permanecesse viva, eles continuassem “aconselhando” a comunidade. A Árvore da Vida, como é apelidada por muitos povos, também representa ancestralidade, origem, pertencimento e resistência.
“O baobá é tão significativo para a cultura afro-brasileira, que sua presença física torna-se obrigatória em Madureira, o bairro que melhor simboliza esta tradição”, explica o presidente da Portela, Luis Carlos Magalhães.
O plantio da muda foi acompanhado de uma cerimônia para celebrar o Dia da Consciência Negra, às 10h, perto da entrada principal do Parque Madureira (Rua Soares Caldeira, 115). O evento contou com a presença de membros da diretoria e de segmentos da agremiação, além de representantes da administração do Parque.