Início Editorial Editorial: Operações reforçam polarização entre Paes e Crivella

Editorial: Operações reforçam polarização entre Paes e Crivella

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Se ontem existia um discurso da esquerda, da intelectualidade de centro direita e do próprio ex-prefeito Eduardo Paes sobre a suposta parcialidade do Ministério Público e da polícia na operação que fez buscas em sua casa ontem, esse discurso se desfez hoje, com a busca e apreensão na Prefeitura e na casa do prefeito Crivella

É fundamental que os dois, que serão os principais candidatos a eleição na cidade expliquem de forma clara e objetiva sobre as investigações e se tem alguma culpa no cartório.

Ainda que pareça, são casos diferentes. No caso de Paes, é referente a 2012 na sua eleição vencida no primeiro turno, com o apoio de vinte partidos. Haviam suspeitas e acusações de corrupção, inclusive ressaltadas pelo hoje apoiador e na época candidato, Rodrigo Maia, mas que agora se transformaram em operação, que ficou parada nas mãos do STF por um ano.

A polícia tem a conta, as notas fiscais que teriam ido a Prole, que ajudou Paes na campanha de 2012

Os delatores disseram não haver participação direta do ex-prefeito mas não deixaram claro se ele sabia ou não do esquema. E ainda afirmaram que ele intermediou pessoalmente a favor da empreiteira

A Globo que hoje diz que Crivella tinha relacionamento intenso com Rafael Alves, ressaltou em notícias do G1 as declarações que supostamente inocentariam Paes. Sua versão foi dada na íntegra.

Podemos dizer que ao contrário de Crivella, a Globo foi até imparcial com Paes, mas tendendo a favor.
Afinal não pega bem queimar o principal adversário do seu maior inimigo

Já na operação de hoje, Crivella supostamente teria ciência de um esquema montado por Rafael Alves, irmão de Marcelo Alves, presidente da RioTur a época, de corrupção

Um dos investigados, Marcello Faulhaber trabalhou para Marcelo Crivella na sua campanha em 2016 e desde 2018 é conselheiro e trabalha para Eduardo Paes.

Segundo uma fonte minha, Rafael Alves, o alvo de hoje, estava dando festas em Angra dos Reis na época da operação e sequer estava preocupado com a devassa feita na sua vida.

Crivella teria ligado para exigir satisfações de Rafael, mas foi atendido pelo delegado.

Mas se a Globo deu a esse caso um destaque que não deu ao caso Paes, a Record solenemente ignorou o caso.

Outro absurdo do ponto de vista jornalístico.

Fato esse que Eduardo Paes, que na sua prefeitura zerou a publicidade da emissora, que no início apoiava, depois de tornou crítica a sua gestão, constatou.

Não acredito que essas questões irão fazer diferença no cenário eleitoral. Os eleitores de Paes e Crivella não irão migrar seu voto para outro.

Crivella se fortaleceu com o caso Guardiões. Os eleitores de Paes e os anti-Crivella chamam as acusações de infundadas e ressaltam que ele não tem condenação nenhuma

A pauta da corrupção estará sem dúvida no debate entre os dois. Não só a corrupção ativa, mas a moral, a passiva, a que deixa passar aquilo que finge que não vê.

O que pega é ter manchas nos candidatos em um momento em que o Rio de Janeiro mais precisa é de transparência.

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