Um brinde à vida!
Enche-se bares,
Hospitais,
Cemitérios.
Esvaziam-se casas,
Abraços,
Afagos.
Na rua o desdém,
O cuidado
Só quando convém.
A sorte foi lançada
E comprada
Por um leito de UTI.
Máscaras escondem,
A seu tempo,
O medo de alguns,
A ganância de outros.
Para nos salvar,
Uma agulha e fúria.
No templo uma oração,
Comunhão
De coroas mortais,
Arma sagaz
Para comprar sua paz
A sete palmos do chão.
Esconde-se quem pode,
Bebe o esnobe
Um drink de estupidez.
Na escassez da empatia,
Vamos lá,
Um brinde à vida!