A Recreação infantil estrelinhas que funciona na Área 5 do Complexo do Alemão está buscando soluções para o momento grave que a comunidade enfrenta após a pandemia do novo Coronavírus.
Com a pandemia a instituição que funciona desde 1989, criada por Rosângela Marinho e também administrada pela sua filha, a jornalista Carolina Marinho, resolveu atender a 100 famílias cujas mães perderam seus trabalhos nessa crise.
Tudo começou com a entrega de kits e cestas básicas doadas com alimentos para ajudar as famílias. Agora a iniciativa é a doação de livros para as crianças. Otávio Jr, um livreiro, do Complexo do Alemão entrou em contato cedendo seu acervo para que as crianças tenham o que ler e colorir nesse período de quarentena, em casa.
“Não aderimos à educação a distância, porque muitos alunos sequer tem acesso regular a internet e diante desse cenário ficamos muito preocupadas com a saúde mental das nossas crianças. Por isso resolvermos intervir nessa situação. Fiz um post no Facebook pedindo livros para colorir e um livreiro entrou em contato nos cedendo seu acervo como um clube de leitura na quarentena” contou Carolina Marinho, que é filha de Rosângela e também é professora, além de fazer mestrado em relação étnico raciais no CEFET.
Ela conta que os kits de alimentação tem sido dados desde Abril e que já foram entregues mais de 350 cestas básicas.
“As doações de livros começaram essa semana. Mas as cestas desde abril. Já doamos álcool gel, ovos, carne, pomadas, biscoito, roupas, chocolate e até chinelo. Até hoje doamos mais de 350 cestas e vamos continuar doando mais. Com elas, vem o livro”
O clube de livro terá 100 livros e fará diferença na vida das crianças ainda mais nesse momento.
Quem quiser ajudar a Recreação infantil estrelinha com mais doações é só falar com a Carolina Marinho através de seu Instagram: @caroool87
Conheça um pouco mais da história da Creche Recreação infantil estrelinha:
O projeto começou com Rosangela Oliveira Marinho Marcilio em 5 de fevereiro de 1989, após ter duas filhas e perceber que na favela as mães não tinham onde deixar suass filhas para retornarem a rotina de trabalho e estudos.
Incialmente, Rosangela dedicou 2 cômodos de sua casa, a fim de fazer atividades com as crianças da localidade, mas a procura foi tão grande que no ano seguinte ela dedicou a casa toda para a realização do trabalho.
A instituição conta com o auxílio da própria comunidade para se manter, pois nunca
houve nenhum apoio governamental. Os país das crianças contribuem com que
podem e algumas crianças estudam ou estudaram de forma gratuita ao longo desses 31 anos. Mas nesse momento a instituição não tem recursos.
O Complexo do Alemão é um conjunto que abriga 15 favelas que se estende por vários bairros, de acordo com os moradores da região no local vivem 120 mil pessoas.Esse lugar é marcado pela violência, já que de acordo com aplicativo Fogo Cruzado em 2019 foram registrado 38 casos de trocas de tiro.