A Justiça do Rio decretou, na tarde desta sexta-feira, que seja expedido um mandado de prisão contra Rennan da Silva Santos, de 25 anos, conhecido como DJ Rennan da Penha por associação ao tráfico de drogas.
Ele que é idealizador do Baile da Gaiola baile funk promovido na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, Zona Norte do Rio, já foi preso em 2016 também por associação ao tráfico.
O Baile da Gaiola segundo informações é feito com a autorização e a presença de traficantes da área.
Dessa vez, Rennan deverá cumprir, segundo a decisão, cumprir seis anos e oito meses em regime fechado.
Na decisão, o desembargador Antônio Carlos Nascimento Amado, da Terceira Câmara Criminal, aponta que Rennan tinha a função de “olheiro” ou “atividade”, relatando a movimentação dos policiais.
No processo, uma testemunha aponta Rennan como “DJ dos bandidos”, “sendo ele responsável pela organização de bailes funks proibidos nas comunidades do Comando Vermelho, para atrair maior quantidade de pessoas e aumentar as vendas”.
Uma outra testemunha informou que a participação de Rennan dentro da organização criminosa, era “informar a movimentação dos policiais, através de redes sociais e contatos no aplicativo WhatsApp”. Ele teria usado as frases “o Caveirão está subindo pela Rua X” e “a equipe está perto do ponto tal” para dar informações aos traficantes.
O baile – que acontecia todos os sábados – chegou a reunir quase 30 mil pessoas durante uma edição comemorativa do aniversário do DJ.
Na época, o baile ficou marcado pela confusão, brigas e pelo incômodo causado aos moradores da região.
Um pedido de habeas corpus foi apresentado à Justiça para Rennan aguardar em liberdade a decisão de terceira instância. Segundo a defesa, caso o pedido não seja acatado, o DJ será apresentado.
“Tirar uma pessoa que saiu de uma comunidade carente e ascendeu a um nível de artista para encarcerar? Com qual objetivo? O que ele fez de errado?”, questionou o advogado de Rennan Nilsomaro Rodrigues. Ainda segundo ele, o DJ tem shows marcados até o fim de julho deste ano.
A investigação aponta ainda que Renan tinha fotografias ostentando armas de grosso calibre. A defesa nega as acusações. “Isso aconteceu há uns anos, quando ele estava começando. Fez alusão a um fuzil mas era réplica, um simulacro. Nesse aspecto, ele já foi julgado e absolvido pela juíza [em primeira instância]”, disse o advogado.