Daniel Mattoso
Quando vi o trailer de “Não Olhe” (Don´t Look Away) achei muito interessante. Uma menina impopular, que é humilhada na escola, percebe que sua imagem refletida no espelho fala com ela. E a imagem é mais descolada, agressiva e pede para trocar com a original. Depois de uma humilhação daquelas, a menina decide trocar com a sua contra-parte.
Essa premissa que não é tão incomum, me pareceu um ponto de vista interessante. Quem seria aquela outra imagem? Uma consciência? Algo místico, como o folclore europeu de “crianças trocadas”?
Mas a construção do longa é bem diferente do trailer. Primeiro que é mais devagar. Segundo, que não apresenta nada de tão surpreendente deixando o final meio em aberto.
A vingança da menina, que inicia a sua lista com vítimas, fica vazia e sem consequências. A maneira que ela se revolta com os pais, soa meio vazio, ao contrário das mortes dos seus colegas.
Com uma pitada de “Carrie”, o longa é bem mais sombrio. O destaque fica em absoluto para Indie Esley, que consegue fazer bem as duas personagens, a Maria e Airam, e Mira Sorvino, como a mãe depressiva.
Não Olhe é um filme com uma ótima ideia, mas não conclui o que ele prometeu. Nota 5.0