Editorial: A responsabilidade da segurança pública é do estado

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O debate da semana é o decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro que flexibiliza a posse de arma de fogo, o que é diferente do porte, é preciso sempre deixar claro.

Com isso, pessoas terão armas nas suas casas e donos de estabelecimentos nos seus comércios. Para isso eles precisam passar por uma bateria de testes, psicotécnicos e não ter nenhum tipo de antecedentes criminais.

O que chama atenção para essa facilidade seria que a justificativa precisa para a solicitação não seria algo tão relevante assim.

Vivemos num país onde os índices de violência são altos e é natural que diante de uma criminalidade sem limites, onde os bandidos fazem o que querem, as pessoas queiram o direito de defesa mas na verdade quem deve fazer isso é o estado e não o cidadão.

De fato o referendo do desarmamento foi muito claro. Os armamentistas venceram mas hoje tem pesquisa que fala exatamente o contrário.

Se existe uma situação de criminalidade alta é muito também pelo fato do estado não ter sido suficiente na segurança, na educação, na saúde, numa escala de questões que vem de longo prazo.

O governo promete sempre soluções fáceis e através disso, se elegeu ignorando o contexto amplo que rege este país.

Por mais que exista toda uma regra para a posse de armas, quem irá fiscalizar as pessoas para que elas não usem nas ruas por aí?

Quem garante que mulheres não serão mortas em decorrência disso, mesmo com as armas legalizadas e registradas?

Quem garante que estas mesmas armas legalizadas e registradas não serão usadas pelo crime? Segundo a CPI do tráfico de armas 86% das armas foram compradas legalmente e depois desviadas

Quem garante que a segurança irá melhorar?

Posse de arma é para rico. Em lugares dominados pelo tráfico de drogas como o Rio de Janeiro, isso é impensável.

É impensável eu tentar me proteger de um bandido seja local ou inimigo com a minha arma.

O novo governador prometeu mais rigor.

Muitas dessas regras do posse de arma já existem e já são colocadas em prática mas em nada garante a segurança pública do país.

É muito mais populismo num governo que patina nos primeiros dias e recua a todo momento do que algo que vai definitivamente resolver a vida das pessoas.

Terá seu efeito. Sem dúvida mas ainda longe do que deveria ser e mostrando a incapacidade de fazer o que deve ser feito: o estado provendo enquanto política pública, a segurança da população.

Leonardo de Oliveira

Editor responsável

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