Início BLOG DO LEO O Jornalismo perde muito sem Geneton e Goulart

O Jornalismo perde muito sem Geneton e Goulart

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Por Leonardo Oliveira
Na minha vida de jovem jornalista tive muitas inspirações em diferentes áreas, formas de atuar. 

No meio de entrevistas, e forma de fazer Jornalismo documental, aquele programa que faz um retrato de uma situação, do tempo ou de uma personalidade, duas figuras sempre me admirei e modestamente, me inspiro: Goulart de Andrade e Geneton de Moraes Neto. 

Goulart nasceu no Rio mas se radicou em São Paulo. Trabalhou em diversos meios de comunicação, inclusive a TV Globo. Foi um dos criadores do formato do bem sucedido “Globo Repórter”, na Band e no SBT apresentou com sucesso o eterno ” Comando da Madrugada”, um programa que marcou época nas noites de sábado na televisão. 

Grandes reportagens ficaram marcadas como a da AIDS, vírus na época pouco conhecido cujo qual pra muitos era uma sentença de morte. Goulart sabia como traduzir em reportagem grandes histórias. Sabia como poucos falar sobre o delírio da noite e do seu lado mais oculto. Sabia numa reportagem extrair a realidade nua e crua sem apelar pro baixo nível. 

Sabia como enaltecer o trabalho do cinegrafista, coisa que pouquíssimos veículos de comunicação fazem. 

Era um mestre. 

Goulart de Andrade morreu hoje aos 83 anos de idade em decorrência de um câncer no fígado.

Aqui está uma de suas grandes reportagens, de 1987 para a TVS

Goulart de Andrade sobre a AIDS:

 https://youtu.be/FaOg7SPuEUI

Uma outra referência no Jornalismo que morreu foi Geneton de Moraes Neto. Pernambucano, veio cedo para o Rio de Janeiro e trabalhou em vários veículos até chegar a TV Globo no início dos anos 80. Fez grandes coberturas e foi um dos mestres na arte difícil de fazer entrevista.

Conseguia extrair de grandes Personalidades, de políticos a pessoas que fazem parte da história, grandes declarações sem pra isso precisar apelar. Sabia como entrevistar, sabia como deixar um entrevistado embaraçado sem ofender ele pra isso. 

Um cara que eu tive o prazer e a honra de conhecer enquanto trabalhei na TV Globo em 2014, e que reencontrei e fiz questão de cumprimenta-lo no lançamento do livro do jornalista Sidney Rezende “Ah se eu fosse Presidente” em 2015. Disse a ele sobre a sua importância na minha escolha como jornalista, e que ele era uma das minhas maiores referências. 

Ainda é. Continua sendo. 

Geneton morreu aos 60 anos vítima de complicações após um aneurisma na aorta. 

Aqui.. uma de suas grandes entrevistas, com o ex-presidente Collor 

https://youtu.be/dd_ENPyk2qQ

O jornalismo que hoje atravessa uma de suas crises mais agudas, a de identidade e a financeira perde dois de seus maiores expoentes. 

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