Chiquinho da Mangueira, confirmou em depoimento à Polícia Federal que a Mangueira recebeu auxílio financeiro do ex-governador Sérgio Cabral e de seu ex-assessor Sergio de Castro Oliveira, mais conhecido como Serjão. A justificativa para os repasses, no entanto, foi de que “Cabral é mangueirense”.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, Chiquinho teria pedido R$ 1 milhão em propina ao ex-governador para viabilizar um dos desfiles da Mangueira. Segundo o presidente, na época em que assumiu a agremiação, 2013, as dívidas giravam em torno de 12 milhões.
O ex-assessor Serjão, em delação premiada, disse que pagou ao menos R$ 200 mil ao deputado, perto do Carnaval. Além disso, Chiquinho recebia uma espécie de mesada no valor de R$ 20 mil mensais. Segundo o delator, o dinheiro era entregue em meias compridas e envelopes lacrados ao lado da casa da mãe de Chiquinho, na Rua Visconde de Abaeté, 123 – Vila Isabel.
No depoimento, Chiquinho negou a tese da mesada. Ele disse que a ajuda relativa ao desfile da Mangueira era destinada às despesas da escola, seja em dinheiro vivo recebido ou pagamento direto feito por Serjão. O deputado também confirmou que sua mãe pode ter recebido algum dinheiro. Contudo, segundo ele, o pagamento nunca se deu por meio de contas correntes em bancos.
Empresa de Eike Batista patrocinou desfile
Em fala à PF, Chiquinho da Mangueira afirmou que o desfile da agremiação de 2014 foi patrocinado por Eike Batista, através de uma de suas empresas. O presidente não se recorda do valor recebido, mas disse que o dinheiro gira em torno de 2 a 3 milhões de reais.
Naquele ano, a Mangueira falou sobre festas populares com o enredo “A festança brasileira cai no samba da Mangueira”. O desfile foi assinado pela carnavalesca Rosa Magalhães e terminou em 8º lugar.