Ex-governador Garotinho é preso pela PF

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O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho foi preso preventivamente pela Polícia Federal. A prisão ocorreu por volta das 10 horas da manhã, no apartamento do político, na Rua Senador Vergueiro, número 154, no Flamengo, Zona Sul do Rio.

A acusação é a de que ele teria usado o programa de assistência popular “Cheque Cidadão” teria sido usado para comprar votos na cidade de Campos, estado do Rio. É parte da operação “Chequinho” que já prendeu vereadores em Campos.

Segundo o Ministério Público Estadual, em troca dos votos, a prefeitura oferecia inscrições fraudulentas no programa Cheque Cidadão, que dá R$ 200 por mês a cada beneficiário. A iniciativa é semelhante ao Bolsa Família e foi criada para atender a população de baixa renda.

A operação começou em setembro deste ano, quando o MPE e a PF viram um “crescimento desordenado” do Cheque Cidadão. Em apenas dois meses, o número de inscritos passou de 12 mil para 30 mil. Desde então, a operação prendeu vereadores, eleitores e outros envolvidos no caso. Todos já foram soltos.

O delegado Paulo Cassiano, responsável pela ação, afirmou ao jornal Extra que Garotinho é “líder de uma organização criminosa”, e que ele teria usado o programa Cheque Cidadão “para comprar votos e, consequentemente, fraudar as eleições em Campos”. O programa concede benefícios de até 200 reais para famílias de baixa renda. A PF já havia detido em outubro a ex-coordenadora do Cheque Cidadão, Gisele Koch, junto com o vice-presidente da Câmara de Campos, Thiago Virgílio – que está proibido de entrar na Casa. Dois vereadores locais também foram presos à época. Para o juiz responsável pela prisão, trata-se de um “programa assistencialista eleitoreiro e que tornou-se ilícito diante da desvirtuação de sua finalidade”.

 
Segundo a PF, o grupo colhia documentos de eleitores para cadastrá-los no Cheque Cidadão, inflando a iniciativa e provocando um aumento no volume de benefícios pagos de mais de 100%. Em troca, os beneficiários teriam que votar na mulher de Garotinho. Dos cerca de 30.000 cadastrados no programa o Ministério Público aponta que 18.000 integrariam o esquema.

Garotinho, por outro lado acusa o delegado Paulo Cassiano de arbitrariedade no cargo em artigo do seu Blog, o Blog do Garotinho.

“Durante uma greve dos técnicos administrativos em educação da Universidade Federal de Santa Catarina, a Polícia Federal, comandada por Cassiano, que era o superintendente na época, realizou uma ação onde várias pessoas foram agredidas, o diretor do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Paulo Pinheiro Machado teve machucadas várias partes do seu corpo. O chefe de gabinete da reitoria, Carlos Vieira, e o procurador-chefe, além de outros secretários e diretores da administração central foram profundamente desrespeitados durante a ação, onde a polícia usou cachorros e balas de borracha contra os estudantes. As crianças de saiam do núcleo de desenvolvimento da universidade entraram em pânico no momento em que bombas de gás lacrimogêneo começaram a ser lançadas no pátio da universidade”

A defesa do ex-governador enviou a seguinte nota ao Jornal Extra:

“A prisão a qual está submetido o ex-governador é abusiva e ilegal e decorre de sua constante denúncia de abusos de maus tratos a pessoas presas ilegalmente naquela comarca. Estas denúncias de abuso foram dirigidas à Corregedoria da Polícia Federal e ao juiz, que nenhuma providência tomou. Pessoas presas mudaram vários depoimentos após ameaças do delegado. No entanto, o TSE já deferiu quatro liminares por prisões ilegais. A Justiça certamente não permitirá que este ato de exceção se mantenha contra Garotinho.”

ATUALIZAÇÃO DA NOTÍCIA

Garotinho já deixou a sede da Polícia Federal do Rio de Janeiro, na Zona Portuária, por volta de 13h30. O secretário de Governo de Campos deixou a Superintendência da PF acompanhado de agentes.

Segundo informações não-oficiais, ele teria sido levado ao IML para fazer exames de corpo de delito antes de seguir para a PF de Campos.

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