“Perdeu playboy” é frase comum no Rio de Janeiro, por Paulo Baía

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* Paulo Baía.

Hoje, dia 08/09/2020, a primeira notícia que recebi foi das operações de busca e apreensão nos endereços de Eduardo Paes, já candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, referendado por seu partido, o DEM, e alguns outros partidos como o Cidadania.

Até o dia 16/09 outros parceiros partidários irão homologar o nome de Eduardo Paes em suas chapas majoritárias. Tudo indica que o PSL vai indicar o nome do vice na chapa.
Eu não contrario as pesquisas eleitorais; Eduardo Paes e Marcelo Crivella estão bem colocados nas sondagens pré-campanha, que só se inicia em 17/09.

Vou colar aqui um texto que postei no dia 14/02/2020 sobre Crivella, Eduardo Paes e Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro:

“Não tenho feito comentários sobre a política nacional, o governo Bolsonaro nem sobre o governo Witzel ou Marcelo Crivella.
Tenho estudado e observado.
Com a proximidade das eleições municipais, tenho mergulhado na desconhecida Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro.
A nova Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro – que se reconfigurou de 2010 para cá – redefine o Rio de Janeiro como cidade.
Os dados e informações ainda são precários e imprecisos, mas nos fornecem indícios dos desejos e escolhas da imensa população da região.
Bolsonaro muito bem avaliado e querido.
Crivella não é amaldiçoado como na Zona Sul e parte da Zona Norte da cidade.
Existe um quase incondicional apoio à operação Lava-jato e uma exaltada rejeição aos governantes do Estado do Rio de Janeiro até a chegada de Wilson Witzel.
Os prefeitos da Cidade do Rio de Janeiro não são lembrados, com exceção de Eduardo Paes, que tem seu nome sempre associado a Sérgio Cabral e Lula.
Numa eleição hoje, Jair Bolsonaro é o principal e mais importante “cabo eleitoral” na Zona Oeste da cidade.
Wilson Witzel não pesa nem a favor nem contra ninguém na região.
Religiosos católicos, evangélicos e kardecistas possuem muita influência e são em sua maioria “bolsonaristas” e “lavajatistas”.
Sem falar dos grupos armados (milícias e facções) da região, que são inúmeros e capilarizados e se fazem presentes na maioria dos negócios lícitos e ilícitos na região.
Continuarei com meu foco na Zona Oeste da cidade.
É necessário decifrar sociologicamente a Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro.”

Hoje já temos uma percepção ampliada desse contexto para toda a cidade.
Temos duas pesquisas eleitorais que foram registradas no TSE e publicadas no mês de agosto, a do Instituto Paraná e a do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas de Pernambuco- Ipespe.

Temos diversas pesquisas qualitativas, com “grupos focais” em andamento sobre o comportamento e as tendências eleitorais da população na cidade do Rio.

Jair Bolsonaro continua como eleitor privegiado na cidade, é o principal “cabo eleitoral” para qualquer campanha.
Em todas as sondagens, existe uma associação de Eduardo Paes com Sérgio Cabral , Lula e a “Lava-jato”. Mesmo que isso não seja um “fato”, as operações promovidas pelo MPRJ na manhã de hoje, 08/09, irão reforçar essa “associação”.

Dois pré-candidatos ganham eleitoralmente nesse início de campanha com as investigações, buscas e apreensões contra o candidato do DEM: Marcelo Crivella do Republicanos e Martha Rocha do PDT.
Benedita da Silva do PT, que vem bem posicionada nas duas pesquisas, terá que explicar ao longo da campanha sua participação nos governos Sérgio Cabral e Lula, não terá como utilizar a retórica anti Sérgio Cabral a seu favor.
Cabo Daciolo, tudo indica, terá uma boa performance no primeiro turno, dificilmente disputa a segunda vaga no dia 29/11 no segundo turno.

As demais candidaturas estão em uma zona cinzenta de pouca visibilidade e baixa competitividade.

Com os “fatos” policiais de hoje, as campanhas de Crivella e Martha Rocha devem estar sorrindo de orelha a orelha.
08/09/2020.

* Sociólogo e cientista político

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