Funcionários da prefeitura do Rio são usados para impedir matérias da Globo nos hospitais

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Novo capítulo da guerra Crivella x Globo

Funcionários públicos da prefeitura do Rio de Janeiro estariam sendo usados como seguranças para impedir que a Globo faça críticas aos hospitais da cidade.  As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (31), em reportagem do ‘RJ2’

Segundo a denúncia, os funcionários da prefeitura, sob a orientação de grupos de whatsapp onde um deles o próprio Marcelo Crivella estaria, fazem plantão na frente das unidades de saúde e atuam como seguranças. A organização conta com escalas diárias, horários rígidos e até ameaças de demissão dos servidores que descumprirem as ordens.

Com muita hostilidade, funcionários fazem ameaças e impedem jornalistas da emissora de realizarem reportagens sobre a saúde pública do município. Nesta semana a Globo esteve em diversos hospitais do município.

O nome da ação dos funcionários públicos tem o nome de “guardiões do Crivella”. Segundo a denúncia, os servidores contratados recebem mais de R$ 3,000 mil para ficar na porta dos hospitais e não na prefeitura do município.

15/12/2017- Brasília – O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, fala à imprensa, após encontro com o presidente Michel Temer, no Palácio do Planalto
Foto: Valter Campanto/Agência Brasil

 

 

 

 

 

 

 

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Um desses casos o seguinte diálogo foi esse:

Funcionário da prefeitura: “Fala isso não, meu querido”.
Entrevistado: “Oi?”
Funcionário da prefeitura: “Fala isso não, cumpadre”.
Entrevistado: “Como, perdi um dedo, não posso falar?”
Funcionário da prefeitura: “Fala isso não, meu irmão”.
Entrevistado: “Não tô falando do hospital, não. Estou falando de Rocha Miranda”.
Funcionário da prefeitura: “Você foi bem atendido, não foi?”
Repórter: “Ele [o entrevistado] não pode falar da saúde?”
Funcionário da prefeitura: “Não”.
Repórter: “O senhor pode deixar ele falar da saúde?”
Funcionário da prefeitura: “Está tudo indo bem, meu querido”
O repórter, então, começa a confrontar o funcionário:

Repórter: “O senhor é o senhor José Robério Vicente”.
Funcionário da prefeitura: “O hospital está tudo certinho, meu querido. O prefeito está trabalhando correto e bem.”
Repórter: “Quem está trabalhando bem?”
Funcionário da prefeitura: “Com certeza, o prefeito está trabalhando bem. Na saúde. Que negócio é esse, rapaz?”

Seriam estes:

José Robério Vicente Adeliano foi admitido na prefeitura em novembro de 2018, em “cargo especial”. O salário bruto é de R$ 3.229.

Ricardo Barbosa de Miranda foi contratado pela prefeitura em junho de 2018, como assistente 3 e salário de R$ 3.422.

Marcelo Dias Ferreira, desde setembro de 2018 na prefeitura com cargo especial e salário bruto de R$ 2.788.

Luiz Carlos Joaquim da Silva, o Dentinho, contratado em dezembro de 2019 com salário bruto de R$ 4.195, em cargo especial.

 

Foi revelado também um grupo no Whatsapp com este mesmo nome, em que os servidores recebem as escalas de trabalho e mantém contato com membros do governo municipal.

Em nota, a Prefeitura do Rio diz que “reforçou o atendimento em unidades de saúde municipais no sentido de melhor informar à população e evitar riscos à saúde pública, como, por exemplo, quando uma parte da imprensa veiculou que um hospital (no caso, o Albert Schweitzer) estava fechado, mas a unidade estava aberta para atendimento a quem precisava. A Prefeitura destaca que uma falsa informação pode levar pessoas necessitadas a não buscarem o tratamento onde ele é oferecido, causando riscos à saúde”.

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