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Enquanto acaba com o cartão alimentação, Prefeitura gastará mais de 250 milhões com publicidade em dois anos

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Em sete meses de gestão, Eduardo Paes só agora pensou em como cuidará da sua publicidade na prefeitura. A nova da vez foi a preparação da prefeitura do Rio para um edital de licitação para publicidade governamental, em que será gasto o valor de 252 milhões de reais para os próximos dois anos, para a mídia. Publicidade esta referente a “administração direta e indireta do executivo”

A prefeitura que chegou a ficar sem publicidade oficial no início do ano, alegando a suposta crise que dizem ter recebido da gestão de Marcelo Crivella, dizia que não tinha dinheiro. Mas segundo informações do site Janela Publicitária e que está disponível no Diário Oficial, o processo de começar a fazer as propostas para a publicidade vai até o dia 14 de setembro às 10:30h, no subsolo da sede da Prefeitura, na Cidade Nova. E o edital estará disponibilizado na íntegra no site E-Compras Rio, buscando pelo nº do processo 10/002.491/2021

Em relação aos valores gastos chama a atenção que apenas 1/3 é para campanhas de interesse público. O resto é para “campanha estratégica”, segundo o documento

Segundo informações do vereador Pedro Duarte, do Partido NOVO, apesar do discurso de Paes que pegou uma crise, a prefeitura gastará mais do que em toda gestão Crivella e do que no seu último ano do primeiro governo, em 2016

Em 2016, Paes gastou 84 milhões. De 2017 a 2020, Crivella gastou 245 milhões em publicidade. Ou seja, menos do que Eduardo Paes pretende gastar em dois anos, segundo dados oficiais publicados pelo vereador.

Fim do cartão alimentação

Enquanto tem dinheiro para gastar com publicidade de governo, para dizer que o “Rio voltou a dar certo”, não tem dinheiro para a população mais carente que será obrigada a retornar as aulas nessa próxima semana: o cartão alimentação, de grande valia, apesar do baixíssimo valor de 54 reais, e que ainda foi reduzido para 27, vai acabar.

Paulo Henrique Mota tem uma filha de 10 anos e está desempregado. Ele diz que a redução prejudicou bastante a situação em casa.

“A gente está precisando. Parece que a gente tem que estar implorando por um valor que não é para mim, é para as crianças”, disse Paulo Henrique.

“Se com R$ 54 a gente não compra nada, agora com R$ 27, o que a gente vai fazer? Hoje de manhã, eu fui ao mercado, tinha mãe, coitada, questionando, chorando, falando: ‘gente, por que o prefeito fez isso com a gente?'”, questionou a mãe Eliandra, ao RJ2, da Globo.

Sem dinheiro, a situação piora e o aluno, mesmo que não for assistir a aula, terá que fazer sua refeição na escola.

Em junho, o secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha, afirmou que a prefeitura não tinha dinheiro para manter o cartão. Ele também apresentou uma conta na Câmara de Vereadores, dizendo que os cartões custariam R$ 420 milhões em 2021, mas não explicou como chegou nesse valor e nem quantas pessoas estão cadastradas.

A Ouvidoria da Defensoria Pública RJ tinha denunciado nessa quinta-feira (29) o descumprimento por parte da Prefeitura do acordo judicial firmado com a própria Defensoria sobre a alimentação escolar. Com isso, a Secretaria Municipal de Educação avisou que não vai mais recarregar o cartão alimentação em agosto, alegando que as refeições serão servidas nas escolas.

Segundo o Instagram oficial da Defensoria, “A decisão nos causou diversas preocupações, que são baseadas nos alertas feitos pelas famílias de estudantes e pelas entidades da sociedade civil que defendem a segurança alimentar da população”

Comissionados do Paes

Sobre gastos, o prefeito Eduardo Paes afirmou assim que assumiu que diminuiria o número de cargos comissionados.

Antes do atual prefeito assumir, no dia 31 de dezembro de 2020, o município tinha 15.336 cargos comissionados ocupados. Esse grupo de funcionários custavam aos cofres públicos mais de R$ 36 milhões por mês.

Caso a promessa de Eduardo Paes já estivesse no papel, com redução de 30% dos cargos, os gastos do município com os profissionais estaria em torno de R$ 25 milhões.

Ou seja, uma economia mensal de quase R$ 11 milhões.

Segundo um levantamento do RJ2, obtido via Lei de acesso a informação, a prefeitura conseguiu reduzir em 7,44% os gastos com cargos comissionados.

Na gestão Marcelo Crivella, o município gastava R$ 36 milhões por mês com esse grupo de trabalhadores.

Já a administração Eduardo Paes passou a gastar cerca de R$ 33 milhões a cada 30 dias.

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