Artigo: Tem mais gente praticando exercício físico ao ar livre?

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Se você é uma daquelas pessoas que resolveu praticar exercícios físicos depois da pandemia, provavelmente considerou em realizá-las em parques e praias, ou seja, em ambientes abertos.
Assim, esportes como canoa havaiana, corridas de rua e exercícios funcionais são exemplos de atividades que têm sido oferecidas nesse retorno aos espaços públicos por diversos profissionais, em uma ocupação acelerada.
Esses ambientes não são, infelizmente, para todos – porque nem todo mudo tem uma praia ou praça por perto. Além disso, há de se considerar o investimento financeiro para a contratação de um serviço especializado de um personal trainer, além da compra de material esportivo, como roupas leves e tênis adequados.
A proliferação de escolinhas de esportes, assessorias esportivas, clubes de canoagem e grupos de corrida seguem uma lógica de mercado, onde demanda e oferta acabam por ocupar os ambientes públicos de lazer das grandes cidades brasileiras – que já sofrem com a dificuldade do ordenamento público e, às vezes, parecem não estar preparadas para mais essas atividades.
Guarda de material, ocupação do solo urbano, atividade comercial esportiva, tudo isso é uma realidade que a cada dia vem trazendo significativa ação empreendedora e gerando renda, não apenas os profissionais do esporte devidamente habilitados, mas para uma parcela que se beneficia do mercado esportivo. Exemplos estão nas áreas de alimentação e vestuário.
Mas só percebe esse fenômeno quem participa dele, quer seja como profissional, quer seja como cliente. Esse mercado é praticamente invisível aos olhos do poder público, que na maioria das vezes em que é acionado tende a atuar como membro fiscalizador, sobretudo na sua forma repressiva. Assim, perde-se a possibilidade de regulamentação, pesquisa e qualificação profissional.
Há muito o que fazer e estudar quando o tema é a prestação de serviços de exercícios físicos. A prática esportiva nas ruas, parques e praias não é novidade, mas a pandemia acelerou consideravelmente essa oferta. Compreender as especificidades e necessidades desse mercado é uma forma de melhorá-lo. Ganhamos todos com isso. Parafraseando Paulo Gustavo: estudar é um ato de resistência.

Prof. Dr. Carlos Henrique de Vasconcellos Ribeiro é docente do Mestrado Profissional em Gestão do Trabalho e Coordenador de Educação Física da Universidade Santa Úrsula

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