O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) converteu a prisão em flagrante para prisão preventiva de Matheus dos Santos da Silva, de 21 anos, homem que matou a facadas Vitórya Melissa Mota, de 22 anos, no Plaza Shopping, em Niterói, na última quarta-feira (2).
A decisão foi assinada pela juíza Rachel Assad da Cunha, que não concordou com qualquer outra medida diferente da prisão preventiva para o acusado.
“No presente caso, a determinação de medida cautelar diversa da prisão, conforme art. 319 não seria adequada ou suficiente para a garantia da ordem pública e a aplicação da lei penal pelas razões acima expostas”, dizia um trecho da decisão.
“A gravidade da conduta é extremamente acentuada, já que o custodiado tirou a vida da própria amiga por quem, segundo informações dos autos, nutria sentimentos não correspondidos” , reforçou a juíza.
A juíza também rejeitou o argumento da defesa, que pedia a liberdade de Matheus por suposta proliferação da Covid nos presídios do Rio de Janeiro.
“A concessão da liberdade provisória com fundamento exclusivo na pandemia da Covid-19 não possui justificativa razoável, em especial porque as notícias de contaminação da população carcerária são pontuais, já que se trata de população absolutamente isolada”, disse a juíza.
“Além disso, a crueldade e ousadia da ação indicam a mais absoluta inadequação do custodiado ao convívio social, já que matou a vítima a facadas, golpeando diversas vezes o seu corpo já caído ao chão, na praça de alimentação shopping, em horário de grande movimento de pessoas, conduta que somente foi cessada após a intervenção de uma testemunha”.
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Feminicídio
Matheus e Vitórya eram amigos de classe em um curso técnico de enfermagem, segundo a polícia. Matheus comprou a faca no shopping minutos antes de cometer o crime, de acordo com a investigação.
Nesta segunda-feira (7), familiares e amigos realizaram um protesto pacífico em frente ao shopping onde a jovem foi assassinada.
“Quero justiça em nome de jesus. Por favor, me ajudem, todos vocês”, pediu a mãe da vítima, Márcia Mota, bastante emocionada durante o ato.
“A Vitórya era uma menina de 22 anos cheia de sonhos, cheia de vontade de ajudara as pessoas. Então que isso sirva para a sociedade repensar o machismo. Essa sociedade patriarcal que a gente vive e que forma esse pensamento de homens que ainda pensam que a mulher é propriedade deles”, disse a tia da jovem.
Integrantes de movimentos feministas também participaram da mobilização. No local, foram colados cartazes repudiando a violência contra a mulher.