Apesar de afirmar que o Rio vive uma crise e o secretário Pedro Paulo dizer a cidade tem um déficit financeiro, o prefeito Eduardo Paes não sustenta discurso com realidade. Ele decidiu nesta sexta-feira aumentar em 50% — de 34 para 51 — o número de regiões administrativas (RAs) na cidade. O custo das 17 novas RAs pode chegar a R$ 1.896.007, 62 (incluindo 13º salário) apenas para pagar cargos comissionados – que podem ser preenchidos por indicações políticas, segundo levantamento do jornalista Luiz Ernesto Magalhães, do Globo,
A estrutura de cada região administrativa tem quatro cargos comissionados: dois de R$ 942,05, um de R$ 2.422,45 e um de R$ 4.272,70, totalizando R$ 8.579,22. Como são 17 novas RAs, o gasto anual chega a R$ 1.896.007,62.
O ato contradiz Pedro Paulo Carvalho que defendeu em audiência pública na Câmara do Rio a necessidade de um pacote fiscal para, entre outros objetivos, reduzir as despesas com pessoal. Segundo ele, sem isso a prefeitura poderia encerrar o ano com 59,25% das suas receitas comprometidas com a folha. O teto permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) é 54%.
Mas palavras e atos não andam juntas.
Não há previsão ainda para o pagamento do décimo terceiro dos servidores da prefeitura
Eduardo Paes nomeou Rodrigo Fernandes Barbosa como subsecretário de integridade. Só que ele era um dos funcionários que recebiam supersalários de marajá, ainda na gestão Paes em 2012, como informou o jornalista Ruben Berta, em seu blog
Subsecretário de integridade de Paes recebeu supersalários de 49 mil até 2020
O prefeito tenta se justificar dizendo que o corte de 30% está mantido
— A divisão regional não segue a lógica da cidade. Nós iniciamos esse processo de reorganização criando executivos regionais, descentralizando os serviços. Serão uma espécie de 1746 local. Esse trabalho está sujeito a modificações. É o início de um processo. Cargos já existiam, não criei estruturas novas. Não vai ter aumento de despesa. A determinação de cortes de 30% dos cargos está mantida — disse Paes nesta sexta-feira.
Mas é questionado pela própria aliada, Teresa Bergher sobre a criação de novas secretarias.
— A Coordenadoria da Juventude, por exemplo, que tinha apenas três cargos, virou secretaria e hoje tem estrutura de 38 cargos. E num momento de crise, em que a prefeitura precisa enxugar gastos com pessoal, por já ter excedido o limite prudencial da LRF — afirmou a parlamentar.
Ao Diário do Rio, o vereador Pedro Duarte (NOVO) mostra preocupação com este ato do prefeito
“O Secretário de Fazenda vem à Câmara apresentar os preocupantes números da economia do Rio. Falta dinheiro, a cidade está cheia de dívidas para pagar. Mas no mesmo dia o Prefeito anuncia mais uma nova secretaria e ainda essas novas 17 Regiões Administrativas. É muita estrutura, fica difícil de entender o que a Prefeitura quer.
Tem que ter coerência entre o discurso e a prática”.
Região Administrativa da Zona Portuária
Região Administrativa do Caju
Região Administrativa do Centro
Região Administrativa do Rio Comprido
Região Administrativa de São Cristóvão
Região Administrativa da Ilha de Paquetá
Região Administrativa de Santa Teresa
Região Administrativa de Botafogo
Região Administrativa de Copacabana
Região Administrativa da Lagoa
Região Administrativa da Rocinha
Região Administrativa da Tijuca
Região Administrativa da Usina
Região Administrativa de Vila Isabel/Maracanã
Região Administrativa do Andaraí/Grajaú
Região Administrativa de Ramos
Região Administrativa do Complexo da Maré
Região Administrativa do Méier
Região Administrativa do Complexo do Lins
Região Administrativa do Rocha
Região Administrativa do Jacarezinho
Região Administrativa de Irajá
Região Administrativa de Madureira
Região Administrativa de Rocha Miranda
Região Administrativa de Inhaúma
Região Administrativa do Complexo do Alemão
Região Administrativa da Penha
Região Administrativa do Vigário Geral
Região Administrativa de Anchieta
Região Administrativa da Pavuna
Região Administrativa de Barros Filho
Região Administrativa da Ilha do Governador
Região Administrativa de Jacarepaguá I
Região Administrativa de Jacarepaguá II
Região Administrativa de Jacarepaguá III
Região Administrativa de Jacarepaguá IV
Região Administrativa da Cidade de Deus
Região Administrativa da Barra da Tijuca
Região Administrativa de Vargem Grande/Vargem Pequena/Camorim
Região Administrativa de Bangu
Região Administrativa de Padre Miguel
Região Administrativa da Vila Aliança
Região Administrativa da Vila Kennedy
Região Administrativa de Realengo
Região Administrativa de Magalhães Bastos
Região Administrativa de Campo Grande
Região Administrativa de Inhoaíba
Região Administrativa do Rio da Prata
Região Administrativa de Santa Cruz
Região Administrativa de Guaratiba
Região Administrativa da Barra de Guaratiba
Átila Nunes: Derrotado nas urnas e com cargo garantido
Átila Nunes, que perdeu as eleições e conseguiu uma cadeira de suplente de Laura Carneiro agora comanda a secretaria de cidadania.
Segundo o site Jusbrasil, o político tem onze processos: https://www.jusbrasil.com.br/processos/nome/53894270/atila-alexandre-nunes-pereira
Investigado pelo Ministério Público Estadual há 17 anos, juntamente com o pai dele, pelo crime de improbidade administrativa.
O pai do vereador é o deputado estadual Átila Filho, também do MDB, que votou a favor da soltura de um grupo de deputados presos pela Lava Jato no RJ.
O caso tramita desde 2001, mas até hoje não teve desfecho. Os dois são suspeitos de integrar um esquema envolvendo empresas prestadoras de serviços e consultoria na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).
Quando estava na Comissão de Defesa do Consumidor, o pai teria agido para beneficiar essas empresas , algumas delas gerenciadas pelo filho.
Átila se elegeu apenas uma vez, em 2012, como vereador no Rio. Em 2014 tentou ser deputado, mas obteve apenas vaga de suplente. Em 2016, também não conseguiu a vaga de titular.
O patrimônio declarado à Justiça Eleitoral saltou de R$ 2,5 milhões em 2014 para R$ 4 milhões em 2016: aumento de 60%.
Marcelo Calero, da secretaria de integridade pública novamente não viu os processos referentes a Átila.
Com a criação da pasta da Cidadania, serão 25 secretarias no governo Paes. No início do governo Marcelo Crivella, em janeiro de 2017, eram 11.
BRT RJ. TEM QUE FUNCIONAR MELHOR. MAIS ONIBUS E ABRIR TODAS ESTAÇÕES. ESTÁ SUPER LOTADA. ABSURDO.