quinta-feira, maio 9, 2024

A história do réveillon de Copacabana

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O Réveillon de Copacabana, o maior do mundo, esse ano será diferente. Infelizmente. Por conta da pandemia, a prefeitura cancelou a festança e a queima de fogos. Lembrando que o evento costuma reunir milhões de pessoas na praia.

Mas vamos contar a história, que é de certa forma recente. Tudo começou com a celebração dos praticantes do Candomblé e da Umbanda. Desde os anos 70, eles iam saudar a chegada do ano novo vestidos de branco, com muitas flores para saudar Iemanjá. Vários grupos se reuniam ao longo da praia fazendo suas rezas e danças.

Algumas mulheres entravam na água carregando um barco, provavelmente feito de madeira, que levava flores e outras oferendas.

Ultrapassando a primeira arrebentação das ondas, elas colocavam o barco na água e o empurravam para o fundo. Se o mar levasse o barco embora isso queria dizer que Iemanjá tinha aceito a homenagem e o ano ia ser bom. Se o barco fosse devolvido para a areia era um mau presságio.

“Era bonito ver a orla ocupada pelos terreiros e a noite iluminada por velas. O furdunço não excluía ninguém. Conheço ateus, católicas, crentes, budistas, flamenguistas, tricolores, bacalhaus e botafoguenses que, por via das dúvidas, garantiam ano bom recebendo passes de caboclos e pretas velhas nas areias, com direito a cocares, charutos e sidra de macieira”, escreveu o historiador Luiz Antônio Simas.

 

Quem começou com a tradição dos fogos de artifício foi o Mario, dono da antiga churrascaria By Marius, em 1978, reunindo comerciantes do Leme para levantar verbas e realizar a queima de fogos. Na década de 80 o antigo hotel Meridien, que hoje é o Hotel Hilton (esquina Princesa Isabel) iniciou sua tradicional cascata de fogos que encerrava.  O prédio de 39 andares recebia uma cascata de fogos que saia de seu topo e ia descendo pelos andares do arranha-céu.

Assim, outros hotéis também começaram a financiar a festa dos fogos atraindo turistas e moradores. Com o crescimento da festa a cidade do Rio de Janeiro teve de se preocupar com a segurança dos frequentadores do Réveillon de Copacabana.

Para evitar tumultos após o show de pirotecnia, em 1993 a prefeitura, do então prefeito César Maia resolveu reorganizar a festa programando shows e instalando palcos na praia para que as pessoas não saíssem todas no mesmo momento. Jorge Ben e Tim Maia se apresentaram e conseguiram aliviar o fluxo.

A partir dessa experiência de grande sucesso dos concertos na virada, a prefeitura registrou o evento como oficial, levando diversas atrações todos os anos aos palcos de Copacabana.

O sucesso foi duplo: a saída se deu de forma espaçada por 2 horas, sem o tumulto de antes. As críticas foram muitas, de que com isso o réveillon se descaracterizava, pois devia ser uma festa religiosa junto ao mar e de queima de fogos e nada mais.

Em 1994, o show de Rod Stewart bateu recordes de público e espaçou ainda mais a saída do réveillon por 3 horas. Finalmente, o Tributo a Tom Jobim – com Gal, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque e Paulinho da Viola – consolidou o réveillon com shows. Mas havia a necessidade de transformar a queima de fogos num espetáculo da mesma qualidade. A queima de fogos foi criada pelos empresários Ricardo Amaral e Mariu’s.

Nessa época a queima de fogos acontecia da areia da praia, até que uma tragédia mudou tudo isso: Um problema técnico na queima de fogos de 2000, gerando uma morte e vários feridos, terminou por exigir o uso de balsas, o que passou a ocorrer no réveillon 2001-2002. Finalmente ocorreu o previsto: o réveillon passou a concorrer com o carnaval na ocupação da rede hoteleira e passou a ser um atrativo turístico, o que não era até 1992.

A partir dali temas foram usados para celebrar a passagem do ano que continua linda independente do tempo e que em algum momento voltará a ser como antes

A expectativa de 2020 era reunir 3 milhões de pessoas mas fica para o ano que vem e de preferência com a vacina!!!

AS ATRAÇÕES NA HISTÓRIA

1994/1995 O cantor britânico Rod Stewart, fez o maior show de rock gratuito da história, registrado até no Guinness, o livro dos recordes, com um público de 3,5 milhões de pessoas
1994/1995 – Homenagem a Tom Jobim com um show que contou com Gilberto Gil, Gal Costa, Caetano Veloso, Chico Buarque, Milton Nascimento e Paulinho da Viola.
1995/1996 – A prefeitura neste ano resolveu continuar apenas com o show de fogos e não colocar atrações na virada. O mesmo ocorreu no ano posterior.
1997/1998 – A queima passou a ser produzida pela espanhola Igual Pirotecnia, utilizada até o réveillon de 2001, e retomada no réveillon de 2010.
2000/2001 – Houve um acidente com fagulhas e restos de explosivos que matou 1 pessoa e deixou 49 feridas. Desde esse episódio os fogos que antes eram colocados na areia, são colocados em balsas.
2001/2002 – Foi feita uma homenagem à Cássia Eller. Gabriel, o Pensador e Zeca Baleiro se apresentaram no palco de Copacabana um ano após o acidente, que causou a queima de fogos em balsas a partir desse ano. Foram 4 balsas que detonaram mais de 70 toneladas de explosivos.
2002/2003 – O palco da praia mais famosa do Brasil contou com shows de Lenine, Jorge Ben Jor e Cidade Negra.
2003/2004 – Lulu Santos, a escola de samba Beija-flor, Jorge Aragão e a banda Los Hermanos compuseram a lista de atrações daquele ano.
2004/2005 – Alcione, Dudu Nobre, Elba Ramalho e Barão Vermelho se apresentaram na virada do ano. O tempo quente proporcionou muita fumaça preta em direção á praia na hora dos fogos, e rendeu vaias do público.
2005/2006 – Teve Fernanda Abreu e Emílio Santiago.
2006/2007 – Logo após a queima de fogos, o público da praia se deslocou para a Praia de Ipanema prestigiar o show dos Black Eyed Peas. A chuva, problemas no som e shows menos populares esvaziaram Copacabana.
2007/2008 – MC Leozinho e o sambista Diogo Nogueira. A maior queima de fogos da história foi nessa edição, em que os fogos começaram um minuto e meio antes da hora e explodiram quase de uma vez, com explosões nas balsas, tanto que nos últimos minutos quase não se viam mais fogos, mas o espetáculo ainda durou quase 25 minutos.
2008/2009 – Teve Grupo Revelação e Mart’nália. Também teve mais de 20 minutos de fogos. A falta de sincronismo e a fumaça em parte do céu diminuíram um pouco a empolgação do público.
2009/2010 – Os Paralamas do Sucesso, Lulu Santos e Arlindo Cruz tocaram para mais de 1 milhão de pessoas. A queima de fogos durou 15 minutos e foi administrada pela mesma empresa espanhola que administrava do Réveillon de 1997/1998 até 2000/2001.
2010/2011 – Apresentação do cantor Roberto Carlos no dia 25 e o lançamento oficial dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Pela primeira vez, os fogos sincronizavam com músicas clássicas em Copacabana.
2011/2012 – Beth Carvalho, David Guetta, O Rappa, Banda Blitz e Bloco Sargento Pimenta. Contou com uma trilha sonora que também foi usada na virada de 2018/2019
2012/2013 – Claudia Leitte e Sorriso Maroto. Teve público recorde do século, 2.3 milhões de pessoas. Contou com a trilha sonora de Os Vingadores, também tocada no réveillon de 2018 para 2019,
2013/2014 – O tema do Réveillon foi o filme Rio 2, que estreou em 27 de março de 2014. Carlinhos Brown, Lulu Santos, Nando Reis e o Dream Team do Passinho. A trilha sonora dos fogos foi entoada por músicas que puderam ser ouvidas no primeiro filme da franquia. O recorde da presença de 2.3 milhões de pessoas se repetiu.
2014/2015 – Maria Rita e os Titãs fizeram o réveillon daquele ano em dois palcos simultâneos. A primeira parte da trilha sonora para o show piromusical contou com 9 minutos de músicas que puderam ser ouvidas nas cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Londres 2012, já a segunda parte foi composta especialmente para a queima de fogos, entoando canções que representam a Cidade Maravilhosa, e terminando com uma versão de música clássica do Parabéns Pra Você. Uma das balsas pegou fogo no meio do espetáculo, mas ninguém ficou ferido.
2015/2016 – O tema deste ano foi o centenário do Samba e os Jogos Olímpicos Rio 2016. Seu Jorge e Zeca Pagodinho foram as atrações principais do evento. A primeira parte da trilha sonora da queima foi composta por músicas clássicas brasileiras e olímpicas, a segunda parte foi dedicada ao samba e funk.
2016/2017 – Por causa da crise, teve apenas um palco pra festa e apenas 12 minutos de queima de fogos. A trilha sonora da queima contou com músicas já tocadas nas queimas de fogos dos Reveillons de 2010/2011, 2013/2014, 2014/2015 e uma inédita. Teve um show do Grande Encontro entre Elba Ramalho, Alceu Valença e Geraldo Azevedo.
2017/2018 – A queima de fogos teve 11 balsas, 10 telões espalhados pela praia, 25 toneladas de fogos que fizeram um lindo espetáculo de 17 minutos e o público de 2,4 milhões de pessoas (segundo a RioTUR) que foram as areias de Copacabana presenciar a chegada de 2018. As atrações foram: DJ Tucho, Alex Cohen, Ana Petkovic, Belo, Cidade Negra, Frejat, logo após a queima de fogos quem animou o público que foi até Copacabana foi a cantora Anitta, G.R.E.S. Portela, G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Miguel (vencedoras do carnaval 2017) e pra finalizar a noite, DJ Luiz Henrique, às 02:50.
2018/2019 – A queima de fogos durou 14 minutos, contando com trilha sonora de músicas já tocadas nas queimas de fogos das viradas de 2010/2011 e de 2012/2013, além de uma inédita. Repercutiu bastante por ter nas músicas da queima, a trilha sonora de Vingadores, mas o que muitos não sabem é que ela também foi tocada na virada de 2012 para 2013.
2019/2020 – Para celebrar 2020, o espetáculo contou quatro palcos, além das apresentações de artistas, como Gilberto Gil, Diogo Nogueira, Ferrugem e DJ Marlboro. O tema da festa foi “Amar a cada vista”. a queima de fogos teve a mesma duração de 14 minutos na virada de 2018 para 2019, além do show pirotécnico ainda contar com desenhos tridimensionais. Houve um recorde no público: quase 3 milhões de pessoas estiveram presente na praia durante a despedida de 2019.
2020/2021 – Devido à pandemia de COVID-19, a festa, que teria uma live sem a presença de público e um show de luzes no lugar da queima de fogos, precisou ser cancelada após um aumento de casos e mortes causadas pela doença.

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Com informações dos sites Opinião e Notícia, Diário do Rio e UOL

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