Blog do Luiz Otávio: O futebol precisa debater e acabar com o racismo

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“O ‘cala boca, negro’ é justamente o que não vai mais acontecer”

A ausência de público nos estádios pelo menos serviu para expôr a canalhice de Mano Menezes a cada rodada. Péssimo profissional e péssimo exemplo.

Gerson acusou Índio Ramirez de injuria racial. O jogador do Bahia teria chamado o do Flamengo de negro quando o mandou calar a bola. Isso explicou a sua revolta no meio do jogo. A se apurar o caso e ver o que farão CBF e STJD. Vamos ver se será mais grave mandar “tomar no c…” no meio do jogo ou ato racista!

E neste caso específico, o tamanho da revolta do Gerson dentro de campo, antes mesmo dele tornar público, já nos levava a pensar (embora evidentemente ninguém pudesse, por responsabilidade, falar ou escrever) que o problema era alguma coisa nessa linha, infelizmente.

Mas acreditar que alguém vai usar um ato de racismo para levar vantagem em um jogo só passa pela cabeça de uma pessoa que é capaz de fazer isso.

Para surpresa de ninguém, em uma discussão sobre racismo, Mano tentou se impor na discussão e levar vantagem esportiva.

Nenhum “malandro” sai de si como o Gerson. Era claro que ele ouviu algo que o machucou. Que o feriu. Nenhum “malandro” inventa aquilo. Talvez só os desuMANOs.

Gerson falou diversas vezes para Mano Menezes: “Malandragem, não. Pergunta para ele o que ele falou”.

Mano ao quarto árbitro: “Se estamos errados, estamos errados… mas aquele menino não iria fazer isso com o Gerson. Eu conheço o jogador, jogador chegou agora, é um guri”.

Aparentemente o árbitro Flávio Rodrigues, tão atento com xingamentos ao longe, não se preocupou nem um pouco em entender o que estava acontecendo quando Gerson se revoltou. Atletas rubro-negros revoltados com Ramírez, Mano e Gerson discutindo e ele nem aí… Mas fica aqui toda a nossa solidariedade ao Gerson.

Quando acontecem coisas assim eu sempre lembro do Grafite, o primeiro a realmente desafiar o status. E se lá atrás tivesse tido um apoio incondicional de nossa sociedade, talvez nem Gerson nem outros passassem por isso.

Bahia demitiu o Mano. Ainda não está claro se pelas atitudes fora de campo no caso de acusação de injúria racial contra Gerson ou pelos resultados do Bahia que eram péssimos. A ver o que será feito a respeito de Ramirez.

Diante das circunstâncias, desde o início, jogou uma partida memorável Gerson. Manteve um time alquebrado e vivo.

Outro ponto importante do jogo

Tenha dito o que for, acho excessiva a expulsão do Gabigol. Mas para minimizar as sempre presentes teorias de conspiração, que é o histórico do árbitro com expulsões assim. Sabendo disso (sabia?), o sempre reclamão Gabigol correu o risco.

Esse mesmo árbitro, Flavio Rodrigues Souza, também num jogo entre Bahia e Flamengo, expulsou Fernandão, do Bahia, que estava em campo havia cerca de 10min, também por tê-lo ofendido. Ou seja, é a característica da sua arbitragem, gostemos ou não (eu não gosto).

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