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Em live, Muricy Ramalho fala sobre a carreira e novo cargo no São Paulo

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Bate papo exclusivo com Muricy Ramalho, que participou da comemoração dos três anos do canal Nações da Bola

A noite da última quarta-feira, foi de festa. Foi dia de comemorar os três anos do canal Nações da Bola (comandado pelos ilustres: Vitor Hugo, Colonezi e Zeca). Um momento especial e inesquecível. Mas quem ganhou o presente foram os fãs do canal, afinal de contas o grande convidado da noite foi o multi campeão Muricy Ramalho, que participou da nossa Live. Além dele, tivemos outras participações especiais como a da jornalista Priscila Cestari, Renan Mendes (descobrimos que ele é o herdeiro do Vitor Hugo), e Gué Ministro (o Ministrinho, amigo de infância de Muricy) e esse aqui que vos escreve.

Muricy Ramalho sempre de bem com a vida, comentou sobre a sua trajetória no futebol, desde o começo no Dente de Leite do São Paulo, até o seu novo cargo (a partir do dia 1 de janeiro) no São Paulo. Abordamos assuntos como: ética profissional, continuidade de trabalho, a recusa de assumir a seleção brasileira e muitos outros assuntos. Acompanhem:

Por que Muji, quem é o Mujica, só os amigos sabem quem é esse Muji?

“Quando alguém me chama por esse nome, é porque é amigo de infância. Na verdade, nem eu sei o porquê desse nome. Ninguém do futebol, sabe sobre esse nome.” Revelou Muricy, na abertura da nossa Live.

Em 1969, a sua presença no time do São Paulo que decidiria o campeonato dos Dentes de Leite, fez 20 mil pessoas lotar o Estádio Nicolau Alayon, campo do Nacional.

“Todo sábado tinha jogo. Era televisionado pela Tupi, foi uma época ótima de nossas vidas. Jogávamos com uma linha muito boa: Valtinho, Muricy, Colonezi, Ministrinho e Vitor Hugo. Por onde esse time passava, lotava os estádios. Além da diversão em jogar futebol, conquistamos amizades que já dura uns 50 anos.”

Muricy Ramalho aceitou o convite do presidente recém-eleito do São Paulo, Julio Casares, que assume no dia 1 de janeiro. Muricy contou que terá a missão de ser uma ponte entre jogadores e comissão técnica e a direção. Para evitar especulações, colocou no contrato a cláusula que o proíbe de assumir a função de treinador.

“Saí do futebol, fui para a TV, mas nunca esqueci o lugar de onde eu saí. O convite foi feito e eu aceitei. Conversamos sobre a minha função (função essa que não tem no clube, por isso não tirei o lugar de ninguém). Vou ficar perto da comissão técnica e junto com a base. A motivação para aceitar o convite foi a gratidão ao São Paulo. Não dá pra falar NÃO ao clube que você tem gratidão. Estou motivado. E falo aqui, fiz questão de deixar claro pra diretoria que era pra colocar uma cláusula no meu contrato que me proíbe de assumir a função de treinador. Não quero misturar as coisas.”

Na década de 1970, no São Paulo, onde jogou 177 partidas, marcando 26 gols. Atuou como meia e ponta de lança, jogando ao lado de Pedro Rocha e Chicão, Com longos cabelos e futebol refinado. É verdade que você foi saudado pela imprensa paulista como mais um dos “sucessores de Pelé?”

“Era muito difícil jogar, tinha muita gente boa na mesma posição. Mas eu tinha ao meu lado grandes jogadores, tive chance de me destacar na minha posição, mas tinha o Zico e o Jorge Mendonça (disputamos a vaga pra ser reserva do Zico no mundial de 78 na Argentina). Infelizmente, em um jogo contra o Botafogo-SP, no Morumbi, eu rompi o ligamento cruzado. E naquela época, a recuperação demorava muito. E perdi a oportunidade de ser o reserva do Zico na copa.”

Muricy faltou sobre ter recusado o convite para assumir a seleção Brasileira em 2010:

Quando eu estava no São Paulo, fui procurado pelo Celso Barros (presidente da Unimed, patrocinadora do Fluminense) por duas vezes, me fazendo o convite para assumir o Fluminense. E eu sempre dizia que não, pois, eu tinha um contrato com o São Paulo, e não iria quebrar esse contrato. E em 2010, eu saio do Palmeiras, o Cuca deixa o Fluminense. Aí sim, aceitei o convite para assumir o Fluminense, mas fiz um contrato curto, eu me conheço. Eu vinha de uma ótima estrutura no São Paulo. Ficamos com um contrato de três meses. Se der certo, vamos continuar. Foi o casamento perfeito.”

“Recebi o convite para me encontrar com o Ricardo Teixeira, conversamos durante três horas e meia, sobre muitas coisas relacionadas a seleção. Na hora de dizer o sim para assumir a seleção, ele (Ricardo Teixeira), não quis entrar em contato com o presidente do Fluminense para negociar a minha liberação.” Completa Muricy Ramalho.

“Seleção brasileira é importante? É. Era um sonho, disputar uma copa do mundo. Não fui como jogador, queria ir como treinador. Era o meu momento. Mas eu não poderia deixar na mão uma torcida apaixonada como a do Fluminense. Eles estavam na fila a 26 anos sem ganhar um brasileiro. Estávamos muito perto disso. Eu não me via fazendo isso com o Fluminense… no futebol é difícil alguém fazer isso. Me chamaram de louco. Mas eu sou assim.” Muricy Ramalho bem descontraído.

E se nessa nova fase do Muricy “coordenador” no São Paulo, surgir um novo convite para a seleção?

“De jeito nenhum. Vou assinar contrato com o São Paulo por três anos. O meu trabalho no São Paulo é de longo prazo. Não pretendo permanecer apenas dois ou três meses. Pretendo ficar durante o mandato do presidente. Não tem acordo com a seleção. Vou cumprir meu contrato, depois disso, podemos conversar.”

Muricy fala sobre a continuidade no trabalho de um treinador. Principalmente o Fernando Diniz. Está tendo continuidade no trabalho desde o começo do ano e o São Paulo hoje é um dos favoritos ao título:

“Isso precisa ser uma filosofia já implantada no clube. O problema do São Paulo, foram as trocas constantes de treinadores. E para manter uma filosofia de trabalho, é preciso dar continuidade ao trabalho de um treinador. O Raí fez muito bem reconhecendo que as trocas foram ruins para o São Paulo. Mesmo com as eliminações, a diretoria acertou em manter o técnico. Sentiram que o Diniz fazia um bom trabalho, principalmente no dia a dia.”

E sobre os treinadores aceitarem outros trabalhos por dinheiro ou melhores projetos, largando trabalhos no meio do caminho:

“Não existe a segurança entre clubes e treinadores e vice versa. A lei permite o clube mandar embora, não existe mais isso de cláusula contratual. Deveria existir uma lei que proibisse o treinador de trabalhar em outro clube se ele fosse embora (ou demitido). É preciso ter profissionais para analisar se realmente é necessária a troca. Porque o treinador chega no clube, “contrata muito” e depois vai embora? Não dá. Mas enquanto não existir uma lei que mude isso, essas trocas sempre aconteceram.” Finalizou.

1 COMENTÁRIO

  1. Pobre técnico! No auge, recusou a Seleção. No mundo do futebol jogadorss e treinadores rompem com os clubes – quando não estes, o que é mais comum com aqueles. Agora ficou para trás. Convite nunca mais terá. Não seria merecido.

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