Ser humano
Um carro vem na contramão,
Em vão tentam avisá-lo,
E quem conduz pouco se importa
Se ao final daquela rua, morta,
Verá o fim de uma vida exposta.
É uma cena cotidiana
Que invade a minha mente,
Atos do presente
Que me fazem refletir
E sentir…
Desumanos? Não, extra-humanos,
Em doses extrafísicas de humanidade,
Extrapolando o senso da maldade,
Extraviando o conceito de bondade,
Usurpando amores,
Instituindo dores,
Numa peça de comédia trágica
Que nem Shakespeare teria sido capaz,
Mesmo em sua forma mais sagaz,
De inventar.