Benedita em ato diz que silêncio de Bolsonaro “estupra as mulheres”

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Neste domingo, a candidata Benedita da Silva festejou a eleição da primeira mulher negra para a vice-presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris, e disse que o carioca vai promover uma virada política a exemplo do que fizeram os americanos ao derrotarem Donald Trump.

“Nós, mulheres negras, estamos convocando nossa cidade, assim como Kamala convocou os Estados Unidos. Agora, somos nós, agora é 13”, disse Benedita.

Na Cinelândia, a candidata participou de ato pedindo Justiça no caso da modelo Mariana Ferrer.

“Isso só acontece em um país chamado Brasil, onde temos um presidente junto com um prefeito, Bolsonaro e Crivella, farinha do mesmo saco, que comungam com essas situações porque não denunciam, não se manifestam, tornam esse momento mais difícil para as mulheres”, disse a candidata.

“Eles aceitam naturalmente que essas violências sejam feitas, como se fosse um fardo natural”, acrescentou Benedita. “A responsabilidade pela violência que tem acometido as mulheres está nas mãos deles. São aqueles que gostam, aceitam isso, e detestam qualquer medida que possa proteger as mulheres. Feminicídio, estupro, violência domestica nesse país, e eles não dizem nada, se calam, consentem que essas coisas cresçam, cobrou.

“Ontem foi ’quem matou Marielle?’ e, até agora, nada. Amanhã será quem foi que estuprou a Mariana, e depois? Por isso, é preciso que o Rio seja uma cidade mais segura para as mulheres. Fora Bolsonaro, fora Crivella, fora vocês que não cuidam da cidade e do Brasil, e matam com seu silêncio as mulheres. Estupram com seu silencio as mulheres. Violentam os direitos humanos com o seu silêncio”, disse Benedita.

*Encontro de Benedita com Freixo*

Fotos de Wagner da Silva

No ato da Cinelância, que contou com a presença de milhares de pessoas, Benedita encontrou-se com o deputado Marcelo Freixo (Psol). Ambos chegaram a formar uma chapa para disputar a prefeitura do Rio, com Freixo na cabeça e Benedita como vice, formando uma frente ampla mas o deputado desistiu de se lançar, e os dois partidos fizeram candidaturas próprias.

*Praça Seca*

Benedita começou o dia fazendo campanha na Praça Seca, onde caminhou com a candidata a vereadora Tainá de Paula.

Em Campo Grande, percorreu uma feira livre e reforçou seu compromisso de instalar banheiros químicos nas feiras da cidade e exigir que a Comlurb inicie a limpeza mais cedo. Antes de seguir para outra caminhada na Maré, Benedita esteve no ato da Cinelândia.

*Derrota de Trump é uma boa notícia para o mundo*

Ao chegar em Campo Grande, Benedita disse à imprensa que, com a derrota de Donald Trump, “o mundo acordou para uma boa notícia”, o da primeira mulher negra na Vice-Presidência dos Estados Unidos da América. A derrota da “política nefasta” de Trump, segundo Benedita, é importante não só para a comunidade negra americana, não só para os imigrantes nos Estados Unidos, não só para o Brasil e para a América Latina, mas “para o mundo inteiro”.

O pioneirismo de Kamala tem um paralelo em Benedita da Silva, primeira vereadora negra do Rio de Janeiro, única constituinte negra, primeira senadora negra, única governadora negra e, se for eleita, será a primeira prefeita mulher e negra da cidade.

“O povo americano soube tomar a decisão mais correta, a opção por um governo democrático, de diálogo, que busca a paz e prosperidade para seus iguais e seus diferentes. É isso que nós estamos buscando para a cidade do Rio de Janeiro”, comparou a candidata.

“Desejamos que no Rio de Janeiro o povo possa refletir sobre o que aconteceu nos Estados Unidos e entender que não está nas mãos de pesquisa, de qualquer idealizador, mas está em suas mãos mudar a história da cidade. É por isso que me coloco como um candidata que expressa a mudança radical, necessária e imediata para a nossa cidade”, afirmou.

Benedita lembrou que, ao contrário dos Estados Unidos, aqui no Brasil a maioria da população é negra e também, de mulheres.

“Ter Kamala como vice-presidenta dos EUA mexe com nossos sentimentos, estimula. Ela demonstrou toda sua coragem, competência, qualidade, militância, e todas nós nos sentimos mais seguras. Nós, mulheres negras do Rio de Janeiro, haveremos de dar essa vitória para Benedita da Silva e Enfermeira Rejane, duas negras trabalhadoras com mandato, que prestam serviço à população e vão promover uma cidade acolhedora, feminina, antirracista e que olha para os pobres.

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