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Benedita promete combate ao racismo

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A candidata da coligação “É a vez do povo” à prefeitura do Rio de Janeiro, Benedita da Silva, e sua vice, Enfermeira Rejane, dedicaram o dia de campanha ao resgate da história da escravidão. Com elas esteve a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.

As três deputadas visitaram o Cais do Valongo, por onde passou grande parte dos africanos enviados ao Brasil como escravos, e a primeira favela do país, o Morro da Providência, na Região Portuária.

“Tenho compromisso direto com a transversalidade das políticas públicas de combate ao racismo. Não estou falando de uma minoria e nem se trata apenas de questão identitária. Estou falando da maioria da população”, disse Benedita.

No Cais do Valongo, Benedita conversou com o pastor Cosme, da Providência, que contou histórias da “Pequena África”, como são conhecidos os sítios da Gamboa, do Santo Cristo e da Saúde relacionados à imigração africana. Benedita se emocionou com a memória de um valão, hoje chamado de Cemitério dos Pretos Novos, onde eram jogados os corpos dos que não resistiam à viagem do navio desde a África.

“Eles jogavam tudo lá junto com os corpos dos negros, restos de cerâmica, todo tipo de objeto, como se fosse uma grande lixeira”, disse Bené.

Ela assumiu o compromisso de investir na valorização do turismo na região para gerar empregos e, ao mesmo tempo, manter viva a história da tragédia da escravidão.

No alto do morro, Benedita cantou com moradores o refrão do samba de enredo “Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós”, que deu o campeonato à Imperatriz Leopoldinense em 1989, em homenagem à Proclamação da República e à Abolição da Escravatura.

Ainda na Providência, Bené visitou a Casa Amarela, escola de artes nascida da parceria entre o fotógrafo francês JR e Márcio Hora, famoso artista do morro. A candidata falou sobre a cultura como ferramenta de inserção social e profissional para os jovens de comunidades carentes do Rio de Janeiro.

“Vamos envolver a nossa juventude em varias ações da arte, da cultura, da dança, da pintura, do canto. Vamos olhar para dentro de cada um daqui dessa comunidade que só quer é ser feliz e poder andar tranquilamente na favela onde nasceu”, disse a candidata numa referência à letra do clássico “Rap da Felicidade”, da dupla Cidinho e Doca.

Antes de visitar o Valongo, Benedita foi sabatinada por ONGs no “Encontro com Prefeitáveis”, promovido pela Casa Fluminense e a Fundação Cidadania Inteligente no galpão da Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e Pela Vida.

Ela prometeu que, se eleita, fará um governo participativo, ouvindo a sociedade sobre ações para reduzir a desigualdade. Afirmou que todos os planos de seu governo terão um olhar especial para o combate ao racismo.

“Se uma política habitacional não conseguir atender essa população, não vai adiantar. Se essa orientação não conduzir o saneamento, a geração de empregos, a educação e a saúde, nada vai adiantar, pois estamos falando da maioria da população”, disse Benedita.

Ela lamentou que o governo federal tenha acabado com a superintendência que cuidava da anemia falciforme, doença que atinge principalmente os negros.

A candidata se comprometeu ainda com abrigo para moradores de rua e com o programa Prato Feito, um cartão para que as pessoas mais vulneráveis possam comprar comida. Garantiu que vai trabalhar pela inclusão digital de jovens pobres e a investir na diversidade cultural da cidade.

“Vamos valorizar o grafite como atividade cultural e econômica, o passinho, o funk, o samba, as danças para pessoas da minha idade, vamos fazer a cultura desabrochar, respeitando as diferenças territoriais”, concluiu.

Ela encerrou a visita ao morro com um encontro com integrantes do Fórum de Favelas e Periferias.

Fotos de Fabrício Nicolau

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