O vice-governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, participou na tarde de hoje (28) de uma reunião com a cúpula da segurança estadual já como governador em exercício. O governador Wilson Witzel foi afastado por 180 dias após decisão do ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Witzel e a primeira-dama estão entre os denunciados à Justiça pela Procuradoria-Geral da República, que pediu seu afastamento. A acusação inclui o recebimento de propina por meio de contratos entre o escritório de advocacia de Helena Witzel e empresários que teriam sido favorecidos em contratações do estado.
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Em pronunciamento à imprensa na manhã de hoje (28), o governador afastado disse que a decisão não se justifica e afirmou que irá recorrer .
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Apesar de não estar entre os denunciados, o vice-governador foi alvo de um dos 82 mandados de busca e apreensão emitidos na operação.
Nascido em Santos (SP) e cantor católico com dois álbuns já lançados, Castro cumpria o seu primeiro mandato como vereador na Câmara Municipal do Rio em 2018, quando foi escalado pelo PSC para ser vice-candidato do quase desconhecido ex-juiz federal que tentava a sorte na política.
Em nota distribuída à imprensa nesta tarde, já como governador em exercício, Castro lamenta os acontecimentos desta manhã e afirma estar com a consciência tranquila e totalmente à disposição para colaborar com as investigações.
“Advogado de formação, ele confia na Justiça e na garantia ao amplo direito de defesa a todos os envolvidos para que os fatos possam ser devidamente esclarecidos para a sociedade”, diz a nota.
“Cláudio Castro conduzirá o estado com transparência e responsabilidade para que a economia e os cidadãos não sejam afetados e reitera a importância do respeito ao cumprimento do devido processo legal, pilar da democracia”, acrescenta a nota.
REUNIÃO
Castro, realizou sua primeira reunião de trabalho com secretários da área de Segurança Pública, para reforçar a importância das ações de combate à criminalidade no Estado do Rio de Janeiro. Durante a reunião, no Palácio Guanabara, Castro ressaltou que as secretarias de Polícia Civil e de Polícia Militar devem trabalhar integradas para garantir a segurança da população e a redução dos índices de criminalidade.
– O enfrentamento ao crime organizado, com planejamento e inteligência, é a principal diretriz da nossa política de segurança. Vamos continuar trabalhando ainda mais integrados para levar paz à população fluminense. Manteremos os comandos das secretarias, que estão fazendo trabalhos com resultados visíveis. Na última terça-feira, por exemplo, a Polícia Civil realizou a maior operação da história, cumprindo mandados de prisão contra 416 autores de roubo, latrocínio e receptação. O Estado do Rio também registrou o menor número de homicídios dolosos em 30 anos. Esse tipo de crime caiu 19% em julho deste ano na comparação com o mesmo mês de 2019 – disse Cláudio Castro.
Além dos secretários de Polícia Civil, Flávio Marcos Amaral de Brito, de Polícia Militar, coronel Rogério Figueredo, e de Administração Penitenciária, Alexandre Azevedo de Jesus, também participaram da reunião o secretário da Casa Civil, André Moura, o comandante-Geral do Corpo de Bombeiros, coronel Roberto Robadey, e o procurador do Estado, Reinaldo Frederico Afonso Silveira.