Vale a pena investir na relação entre clubes, bancos e governos?
Ao longo da história, clubes de futebol se aliaram ao poder vigente e se deram bem, por um tempo. O Corinthians por exemplo, teve todas as benesses enquanto o PT esteve no comando – achou até que ia “ganhar” um estádio. Governos acabam – ou são implodidos por denúncias graves. Os clubes ficam. E convenhamos, quando a aliança ocorre com um governo já agonizante, mergulhado em escândalos e recheado de incompetentes, a opção parece ainda mais estúpida, porque as benesses tendem a não durar.
Eu reprovo patrocínio estatal em clube (reprovei também Vasco e Eletrobrás); creio que investimento estatal deve ocorrer na base da pirâmide, em esporte olímpico e na escola. Só que existe uma diferença entre Caixa e BRB. O BRB é uma sociedade de economia mista. Tem capital privado e público. É constituído para competir com a iniciativa privada. Logo o patrimônio não é totalmente estatal e, portanto, não serve tão somente a políticas públicas, como a Caixa deveria. Diversos bancos digitais patrocinam times. O BRB não poderia?
O meu argumento é usado (por exemplo) para defender o patrocínio da Caixa; que concorre com bancos privados e se beneficiava da exposição em clubes populares. Eu entendo, levo em consideração. Mas ainda vejo mais problemas do que benefícios. O futebol está pendurado no Estado e não larga. E sobre a MP 984? São os clubes (no plural) que devem decidir o que é melhor para eles. O ideal é que pensem coletivamente – como na Inglaterra, campeonato forte, clubes fortes.
Isso deve ser discutido com eles, não decidido em uma canetada do presidente, em caráter de urgência. Só lembrando que… A parceria entre o BRB e o Flamengo é para estampar a marca apenas no uniforme do time profissional masculino. As camisas da categoria de base e do futebol feminino, a princípio, não terão a exibição da marca. O clube pode buscar outros parceiros para esses espaços.
Foto: ilustrativa da internet
