A quarentena reformulou muitas formas de trabalho; algumas vieram para suprir necessidades pontuais e outras chegaram para ficar. Ambos os cenários podem ser classificados como inovação, ato de desenvolver uma solução nova para problemas antigos ou novos. No entanto, há soluções no mercado tecnológico que já são possíveis, estão à disposição, mas aguardam o seu momento pacientemente; inovações não tão difundidas assim.
Aqui vamos tratar de uma delas: a nuvem.
Nuvem?
Nuvem é um conjunto visível de partículas diminutas de gelo ou água em seu estado líquido ou ainda de ambos ao mesmo tempo (mistas), que se encontram em suspensão na atmosfera, após terem se condensado ou liquefeito em virtude de fenômenos atmosféricos.
Essa foi a definição que o Google me forneceu em primeira instância através da Wikipedia. Mas pra conseguir uma definição de nuvem eu precisei pesquisar especificamente como “o que é nuvem na natureza?”. Em suma, se você pesquisar no Google a palavra “nuvem” o buscador lhe entregará mais de trinta e cinco milhões de resultados em meio segundo e desses resultados toda a primeira página, pelo menos, é exclusivamente sobre armazenamento de dados online; em drives. E ainda: as sugestões de pesquisa ao fim da página, sem exceção, referenciam outras questões que envolvem a nuvem virtual. Se formos calcular o marketshare da nuvem, posso afirmar que a virtual terá a maior parte da fatia sobre o conceito; experimente perguntar a qualquer pessoa na internet sobre nuvem, sem especificar qual. A maioria das pessoas irá discorrer sobre as vantagens ou desvantagens de utilizaresse serviço.
E que serviço é esse?
O que é a nuvem virtual?
Trata-se de uma forma de armazenamento de dados online onde você faz o upload de suas fotos, vídeos e toda a sorte de formatos de arquivos e eles permanecem ali eternamente. Acontece que cada nuvem é sustentada por um servidor sempre online, afinal você não vai querer logarna sua conta um dia e não conseguir acessar seus arquivos porque caiu um raio na instalação do servidor em outro estado. Para que essa tragédia não ocorra, os serviços de nuvem utilizam diversos servidores, geralmente não exclusivos para este serviço, mas para o armazenamento dos próprios dados da empresa fornecedora do espaço; é um serviço a mais prestado por determinada empresa.
Por que a nuvem virtual?
Ora, hoje temos acesso a diversas formas de hardwares que possuem muito espaço de armazenamento; os celulares podem chegar a 120 GB ampliando o espaço ainda mais com cartão de memória, os notebooks atuais passam de 1T e, assim como os computadores, podem ser munidos de HDs externos criando um mar vazio de espaço pronto para ser
preenchido. Até os videogames vêm aumentando exponencialmente sua capacidade de armazenamento.
Então porque usar nuvem?
Segurança: a nuvem te oferece diversos mecanismos de defesa para seus arquivos como criptografia de dados, selos de segurança e o backup em si. Existe ainda a questão física do problema de se ter um servidor próprio de armazenamento: expor seus dados a mais pessoas que possamvir a fazer a manutenção dos hardwares, possibilidade de roubo físico de informações e ainda defeitos no equipamento. Os servidores das diversas nuvens, quando defeituosos, dão lugar imediatamente a outro, mantendo não só a segurança dos dados, mas a acessibilidade a qualquer momento, de qualquer lugar, sempre.
Otimização de tempo e espaço: para a física, tempo e espaço estão sempre relacionados e aqui não é diferente; ao passo que aumenta a capacidade de processamento das máquinas, ganhando tempo nos processos operacionais, você reduz a utilização de espaço que outros equipamentos e programas utilizariam, seja HDs externos, os dados em si,
programas de proteção como antivírus e firewalls.
Eficiência e qualidade do serviço: o fato dos dados estarem online permite o compartilhamento, a edição, a revisão, a supervisão e a visualização online de determinado arquivo. Isso facilita o trabalho em equipe de um mesmo processo, caindo novamente na otimização de tempo. Consequentemente a qualidade aumenta, afinal a comunicação é potencializada.
Portfólio: trata-se de uma ótima forma de organizar o histórico de trabalho da empresa, visando a exposição ou mesmo o simples arquivamento. Muitos freelancers utilizam o Google Drive como forma de apresentação de portfólio. A nuvem pode ser utilizada também para organizar os produtos em linhas segmentadas, trazendo maior lucidez para quem visualiza. Organização é tudo em uma organização.
Mobilidade: acessar os dados da sua empresa de qualquer lugar é uma mão na roda se você precisa visitar um cliente, apresentar seu portfólio pessoalmente ou mesmo precisar mover seu lugar de trabalho ou da sua equipe.
Estratégia: tenta visualizar em panorama os dados que você possui no notebook, PC ou smartphone. Complexo? A nuvem te dá a possibilidade de organizar e visualizar sua empresa em dados de maneira macro. O potencial esclarecedor de direções é enorme. Para se vender precisa se conhecer, correto? Ou então: conheça o seu produto mais do que seu cliente. Ora, se seu empreendimento é o seu produto, você deve conhecê-lo como a palma de suas mãos. E agora você pode ter isso com muito mais facilidade.
Redução de custos: a cereja do bolo; hoje o preço é um dos menores problemas do mercado devido às estratégias do marketing visando agregar um maior valor percebido dentro do público-alvo, de maneira que a forma de aumentar lucratividade é reduzindo e não aumentando. Não elevar o preço por fatores externos, mas tentar controlá-los. Isso acaba sendo inacessível para muitas empresas, mas ao menos em questão de armazenamento hoje qualquer pessoa pode ter acesso e pagar muito menos por uma plataforma licenciada, pagando pela quantidade de usuários, onde
esses tendem a lhe dar o retorno. Isso também permite que o custo seja mais estável por conta de contratos firmados e em longo prazo muito menor. Em suma, o ROI da sua empresa aumenta com a nuvem. Tudo isso sem levar em conta a redução de investimento em infraestrutura, seja planejamento, instalação ou mesmo manutenção. Está tudo online!
Nuvens e nuvens
A nuvem deixou de vir a ser. Hoje ela é. Ela não é uma tendência. Ela tende a aumentar. Se um ecossistema se transforma, a seleção natural age e não os mais fortes sobrevivem, mas o mais adaptáveis. No fim, mesmo desvirtuando o conceito de nuvem, sua virtualização foi um dos grandes avanços da tecnologia dos últimos tempos e a sublimação de dados abriu um mundo de oportunidades para todos. Ao contrário das nuvens no céu, as nuvens virtuais trouxeram o azul límpido das possibilidades. Que aguardemos a chuva de inovações e facilidades futuras.
Por: Hugo de Abreu Mendes Pinto
