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Imagens mostram que médica foi espancada por frequentadores de festa clandestina

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A médica Ticy Azambuja, que trabalha na linha de frente no combate ao coronavírus, foi espancada no último sábado (30) por ao menos cinco frequentadores de uma balada clandestina no Grajaú

Em uma postagem nas redes sociais, ela relatou que foi agredida após quebrar o retrovisor de um veículo estacionado irregularmente de um dos integrantes da festa. A médica contou que as “festas do corona” são frequentes na rua em que ela mora e que já havia acionado a polícia várias vezes, mas os agentes nunca apareciam.

Segundo Ticy, o evento ocorre em uma casa ao lado do Corpo de Bombeiros. No dia da agressão, a médica afirma que decidiu “acabar” com a festa por conta própria, porque precisava descansar para o próximo plantão daquela noite. Na publicação, ela conta que quebrar o retrovisor do carro foi uma atitude de “desespero”.

Abaixo leia o post integral

Ao RJ1 da Globo, ela contou que as festas na casa vizinha são recorrentes e que ela já não aguentava mais não poder descansar na própria casa. Anestesista e intensivista, ela trabalha diretamente na linha de frente do tratamento da Covid-19 em hospitais da rede pública e privada do Rio e Niterói.

“Fazia dias que eu já não podia nem dormir mais no meu quarto, tinha que dormir na sala, estava com um colchonete. Eu tinha um plantão no sábado à noite. No dia anterior eu já tinha feito um plantão de 24 horas”, contou a médica

Depois procurou a 20ª DP (Vila Isabel) nesta segunda-feira (1) para prestar queixa com uma mão engessada, a outra imobilizada e uma das pernas também.

Nas fotos, é possível ver um homem carregando Ticyana enquanto um homem e uma mulher seguem os dois. A mulher parece estar puxando o cabelo da médica. As imagens também mostram pessoas separando uma briga entre frequentadores da festa e vizinhos.

A Polícia Civil já identificou um suspeito das agressões a médica. Luiz Eduardo Salgueiro é PM e teve o vidro do caro quebrado por ela.

Leia o post

“Moro no Grajaú, Rio de Janeiro. Sou médica há 10 anos. Tenho um filho pequeno maravilhoso.
Na rua onde moro, existe uma casa, que fica ao lado do Corpo de Bombeiros. Nessa casa, fazem “Festas de Corona” todos os dias e todas as noites. Sim, durante o dia também. Som altíssimo, ensurdecedor, por 3 dias seguidos. Na terça-feira, de madrugada, os vizinhos gritavam para parar, chamamos a polícia diversas vezes. Mas para a nossa (falta de) surpresa, a polícia nunca veio. Os frequentadores da festa gritam “vão chupar uma bu… ou um ca…” Um baixo nível sem fim. Saem da casa para urinar nos postes da rua, espalham garrafas de cerveja por todos os cantos, não deixam ninguém dormir.
Fazia 5 dias que eu dormia na sala.
A polícia e os bombeiros sempre acionados. Mas nunca vieram.
Jogaram tomates, tinta na porta da casa, avisos desesperados da vizinhança pedindo que eles parassem. Muitas postagens em redes sociais. O problema nem é a aglomeração… essa já é uma luta inglória e perdida. Era pelo fim da perturbação sonora.
No sábado, teria um plantão à noite e havia trabalhado no dia anterior todo. Na linha de frente do Covid. Trabalho pesado, exaustivo. Precisava dormir um pouco de tarde para assumir meu plantão noturno.
E a festa continuava.
Decidi descer e acabar com aquilo. Tomar uma atitude qualquer. Eu, do alto dos meus 1,50m e 46kg, pedi para que parassem a festa (estava lotadíssima, claro que isso nunca aconteceria). Então, num ato de exaustão e desespero, quebrei o retrovisor e trinquei o pára-brisas de um dos carros parados irregularmente na calçada, de um dos frequentadores da festa. Coisa que qualquer seguro de carro cobre.
Foi errado. Foi impensado. Foi estúpido. Mas sou humana e fiz uma besteira contra um bem material de outra pessoa. Não foi um ato contra nenhum outro ser humano, isso eu sou incapaz de fazer.
5 marmanjos (me lembro de uns 5) saíram, e obviamente, bêbados e drogados, típicos “cidadãos de bem”, não estavam para conversa. Apavorada, vi o potencial da besteira que fiz e saí correndo.
Me agarraram em frente ao Hospital Italiano. Me enforcaram até desmaiar. Me jogaram no chão e me chutaram. Quando retornei à consciência, gritava por Socorro! Isso aconteceu no dia 30 de Maio por volta de 17h, em plena luz do dia.”

Ao longo do relato, Tyci afirmou ainda que os bombeiros negaram a prestar socorro a ela. Segundo a vítima, um vizinho tentou apartar a briga e disse que a polícia deveria ser acionada. O homem também acabou agredido com um soco no rosto.

Depois disso, ela disse que três viaturas da Polícia Militar do Rio de Janeiro apareceram no local. Os agressores e frequentadores da festa fugiram para a casa onde o evento estava ocorrendo e ninguém foi indiciado. Ela foi levada a um hospital particular por um casal de vizinhos. Hoje de manhã, a médica foi à delegacia, para registrar ocorrência do caso.

Procurada pela reportagem do site Uol, a PM-RJ confirmou a ocorrência. “Vale ressaltar que, como consta do boletim de ocorrência da PM elaborado pela equipe no local, as partes entraram em comum acordo e não foi realizado o registro na delegacia”, informou, em nota.

 

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