“Tem gente que está me aplaudindo hoje que estava me xingando há um tempo atrás”, diz Bonner no Bial

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Apresentador do Jornal Nacional revela que tem sido alvo de agressões verbais por conta da polarização política

O editor-chefe e apresentador do “Jornal Nacional”, William Bonner, revelou em entrevista ao programa “Conversa com Bial” nesta madrugada que tem sido “verbalmente agredido, insultado e desafiado” por cidadãos nos últimos anos, como resultado da polarização que tem marcado o cenário político brasileiro. “Tem gente que está me aplaudindo hoje que estava me xingando há um tempo atrás”, afirmou o jornalista, acrescentando: “Eu sou um símbolo; o que para nós foi o Cid Moreira sou hoje para outros tantos milhões de brasileiros; eu sou o JN, sou o jornalismo da Globo”.

“Certo dia, às 10h da manhã, numa padaria na Lagoa, uma cidadã embriagada se viu no direito de me insultar a um palmo e meio do meu rosto; e obviamente que eu não fiz nada”, relembra o apresentador do telejornal de maior audiência da TV brasileira.

Na entrevista gravada a distância, respeitando o isolamento social, Bonner afirmou a Pedro Bial suspeitar que tenha sido alvo de uma ação proposital e fraudulenta, que foi o uso do CPF de um de seus filhos para inscrevê-lo no programa do Auxílio-Emergencial do governo. O episódio repercutiu nas redes sociais, em que bolsonaristas acusavam o filho de Bonner da prática de corrupção. “E aí, William Bonner, não vai dizer nada? Vai ficar quietinho?” foram as provocações básicas que Bonner destacou. O jornalista comprovou que foi ele quem comunicou a fraude à Caixa Econômica Federal, logo depois de ter sido procurado por jornalistas do “Meia Hora”, que apuravam o caso.
Segundo Bonner, o filho dele tem sido alvo de estelionatários desde que sua carteira de habilitação foi exibida nas redes sociais após o envolvimento em um acidente de trânsito.

“Tem dias em que olho para o noticiário e talvez precisasse de mais dez anos de carreira para sentir que estou fazendo tudo o que posso como jornalista”, afirmou Bonner, confessando o orgulho de estar contribuindo com sua profissão na cobertura jornalística do que considera a maior tragédia da história recente da humanidade. Apesar das reações ao jornalismo da Globo – que não são de hoje, mas partiam mais de setores da esquerda — William Bonner afirmou que está feliz com a redescoberta do maior telejornal brasileiro por uma boa parcela da sociedade:
“Há uma reconquista de um público que se sentiu meio desobrigado de acompanhar as notícias do “Jornal Nacional” diante da enorme oferta de informações pela internet e pelas mídias sociais. Para Bonner, o jornal recuperou sua posição ao conseguir tornar-se uma espécie de guia diário no encadeamento dos fatos, sem fake news, e com um tom civilizatório que faz franca oposição ao momento de “incivilidade” que tem dominado setores da sociedade e das autoridades da administração central do Brasil.
Segundo Bonner, a quarentena para ele começou na campanha eleitoral em que ele era obrigado toda semana a encarar uma viagem de carro no eixo Rio-São Paulo para visitar a mãe, que estava doente e acabou morrendo. Bonner garante que já naquela época não tinha condições de embarcar num voo da ponte-aérea sem colocar em risco sua própria segurança.

 

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