A odontologia mudou muito no Rio de Janeiro nos últimos dois meses, período em que se alastrou a pandemia de coronavirus pelo estado.
Sempre houve uma preocupação dos dentistas com a biossegurança, afinal, antes mesmo de aparecer a Covid-19, eles já conviviam com o HIV, hepatite B, hepatite C, tuberculose e outras doenças contagiosas.
A questão é que nenhuma dessas outras doenças apresentou um contágio tão agressivo e nenhuma outra exigiu tantas mudanças nos procedimentos de segurança nos consultórios dentários como agora, com a Covid-19.
– Em março, após o decreto Municipal solicitando o fechamento dos comércios e a paralisação das atividades de prestadores de serviços decidimos de imediato parar de atender, até mesmo para analisar que medidas de segurança tomaríamos ao reabrir a clínica – conta a dentista e consultora em saúde bucal Cristiane Tavares, que atende em sua clínica na Tijuca.
– Neste momento de pandemia estamos atendendo somente urgências, com horários marcados e intervalos grandes entres os atendimentos para não gerar aglomeração na sala de espera. Mas a principal adaptação mesmo foi na parte de equipamentos de segurança de nossa equipe. Compramos luvas, máscaras profissionais, jalecos descartáveis e outros equipamentos para oferecer total segurança aos pacientes e a nós mesmos – explicou a doutora.
O ator Fernando Cunha teve um dente quebrado esta semana e recorreu a clínica da Dra Cristiane para ser atendido.
– Vi que mudou muita coisa nos procedimentos. Eu tive que usar touca e colocar meus pertences num saco plástico antes de ser atendido. Vi que a doutora e a equipe também estão bem protegidas com máscaras e uma roupa especial. Acho que em tempos de coronavirus esses cuidados são muito importantes e a gente como paciente se sente mais seguro – disse o ator.
As principais mudanças nos consultórios dentários são:
– O dentista e sua auxiliar tem que usar máscara N95, faceshield, toucas descartáveis, jalecos descartáveis e ter cuidados redobrados ao limpar a sala entre os atendimentos.
– Os aparelhos que geram muito aerossol devem ser evitados, como por exemplo, jato de bicarbonato, ultrassom e até mesmo a cuspideira deve ser evitada, pois a bomba à vácuo resolve essa questão de eliminar a saliva com mais segurança.
– Os pacientes devem ser agendados, preferencialmente, com intervalos maiores entre eles, para que haja tempo hábil da higiene da sala clinica e também para que não haja aglomeração na sala de espera
– Os atendimentos eletivos nesse momento devem ser adiados, e somente os de emergência e urgência devem ser realizados
– É fundamental a conscientização de todos os dentistas para que tenham esses cuidados, oferecendo atendimento seguro para sua equipe e para os pacientes.