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OPINIÃO: Solução do carnaval passa longe do jogo do bicho

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Ricardo Marcelo Marques, jornalista e escritor

O carnaval é uma paixão, é um patrimônio cultural do nosso país, é pelo carnaval que milhares de turistas vem ao Rio prestigiar o evento que merecidamente é reconhecido como o maior espetáculo da terra.

Mas a cada ano vemos atraso, desrespeito ao regulamento e as próprias comunidades envolvidas na festa.

Nos últimos anos se agravaram os problemas entre as escolas e a prefeitura do Rio. Marcelo Crivella, que teve o apoio das escolas de samba é obviamente um não simpatizante da festa. Mas ainda assim burramente o prefeito criou uma briga que só criou desgaste a ele politicamente mas que rendeu apoio daqueles que acham o carnaval um estorvo.

Eu vejo a atitude do prefeito como erro.

Mas determinadas justificativas são reais e o prefeito ao invés de brigar pelo melhor da folia age no sentido contrário.

Mas o foco da questão nem é essa.

O que faz para falar a verdade mal ao carnaval?

São seus dirigentes

Fala se muito na falta de credibilidade da folia, mas como investir numa escola que tem como dirigente Anísio Abraão David?

Condenado

Contraventor famoso e temido.

Uma cena chamou a atenção no desfile desse ano na Sapucaí

Todos os sambistas passavam e faziam questão de cumprimentar e beijar a mão de Ailton Jorge Guimarães, o famoso Capitão.

O Capitão, que ainda manda na LIESA foi torturador do exército na época da Ditadura Militar está condenado em segunda instância por contravenção

Contravenção, pessoas cujo passado e presente é duvidoso e que não podem andar na rua sem seguranças é mais comum que se pensa no carnaval.

A mesma coisa se aplica aos Andrade, que mesmo não exercendo a presidência, tem influência na Mocidade. Rogério Andrade ainda é um nome influente na escola usando o sobrenome famoso.

Castor de Andrade falava por si

A mesma coisa se fala em relação aos Drummond na Imperatriz, Marcelo Calil Petrus Filho, cujo pai era o contraventor conhecido como Turcão, Maninho e Cia limitada.

Jaider Soares da Grande Rio é outro, Wilson Moisés também.

Vários que por sinal até hoje devem aos seus profissionais.

É isso.

Você tem no meio de um patrimônio importante do Rio de Janeiro pessoas cuja credibilidade é zero.

Como mudar alguma coisa aí.

E em relação a escolas de samba cuja suspeita recai em financiamentos do tráfico?

Escola de samba que possui camarote do tráfico. Eu mesmo trabalhando para um site vi um profissional acuado por bandidos quando tal escola de samba foi campeã

As escolas de samba parece que não irão mudar o cenário

Ao invés de eleições democráticas entre sambistas, pessoas competentes, tudo fica entre eles.

Como exigir credibilidade?

É minoria escolas de samba longe desse tipo de envolvimento no Grupo Especial.

É preciso entender e reconhecer que sem os bicheiros, o carnaval não seria o que é hoje mas é preciso sim encontrar caminhos com essas pessoas fora da folia, passando a administração para o setor privado, Roberto Medina seria um excelente nome ou então para a administração pública que saiba respeitar a folia e as escolas.

Em 2016, apenas Marcelo Freixo teve uma proposta condizente com o ideal.

O caminho do carnaval carioca deveria passar longe da contravenção, do jogo do bicho, do que é errado.

Não adianta falar mal do Crivella e ser conivente e beijar a mão do Seu Anísio.

Não adianta dizer que quer melhorias e reclamar da credibilidade do carnaval se continua achando que a solução está com pessoas que sequer podem andar na rua em paz e com tranquilidade.

Capitão Guimarães e outros merecem estar em um lugar: a cadeia

Não pode Jorge Castanheira, por mais competente que possa parecer ser presidente da LIESA por muitos anos

A transparência bateu na porta

As escolas precisam aprender que não basta colocar um lindo espetáculo na avenida. Existe responsabilidades

Em 2017 a Paraíso do Tuiuti e a Unidos da Tijuca mereciam o rebaixamento. A Tuiuti por sinal graças a sua irresponsabilidade matou uma jornalista

Matéria da Época mostra como bicheiros usam o carnaval para lavar dinheiro

O que aconteceu? Nada

A mesma Tuiuti, que não respeitava obrigações trabalhistas, era cultuada pela esquerda no ano seguinte

A Mangueira que falou mal de Crivella em 2018, tem Chiquinho da Mangueira preso.

A Portela que hoje pode se dizer que é uma exceção teve a nefasta figura de Marcos Falcon, cujo currículo é de assustar. Falcon crescia assustadoramente no carnaval e era cotado a vencer como vereador em 2016 quando foi morto.

Quem matou Falcon? Ninguém sabe, até agora.

A solução do carnaval passa longe dos bicheiros, milicianos e afins.

É preciso mudar o estilo, os nomes, as pessoas. É preciso pessoas de passado limpo.

Aí sim podemos dizer que irá mudar alguma coisa

Só assim podemos de fato comparar com São Paulo e com Parintins que hoje gozam de muito mais credibilidade.

Quem ama o carnaval quer o seu melhor. Eu quero. Quero ver empresas patrocinando, escolas fortes, bem organizadas, competindo de fato e com pessoas que possam administrar de forma limpa e correta.

Quem ama quer ver o melhor e é isso que queremos e torcemos.

Não aguentamos mais outra virada de mesa.

Ricardo Marcelo Marques é escritor e jornalista com passagens pelos maiores veículos de comunicação do país

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