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Cais do Valongo é tombado pelo governo do Rio

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Lavagem do Cais do Valongo, por religiosos de matriz africana, marca um ano da concessão do título de Patrimônio Mundial Cultural da Unesco ao sítio arqueológico.

O sítio arqueológico do Cais do Valongo, no Centro do Rio, foi tombado pelo governo do estado do Rio de Janeiro nesta segunda-feira (5). Descoberto durante as obras na Região Portuária do Rio, o espaço se tornou Patrimônio Histórico e Cultural do estado em outubro de 2017.

O governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão assinou o tombamento durante a abertura da exposição “Cartografia da Africanidade Fluminense”, na Casa França-Brasil onde estarão em exibição 500 peças, feitas entre os séculos 16 e 19, entre elas, obras de Debret e Rugendas.

Representantes da cultura e religião africana, como os Filhos de Gandhi, estiveram na cerimônia.

A região já tinha sido declarada Patrimônio Histórico da Humanidade pela Unesco e pela Prefeitura do Rio porém a situação atual ainda é de abandono, como conta o historiador Milton Guaran, para a Revista CULT

https://revistacult.uol.com.br/home/milton-guran-cais-do-valongo/

O QUE ERA O CAIS DO VALONGO? 

O Valongo tem cerca de 350 metros de comprimento e vai da Rua Coelho e Castro até a Sacadura Cabral. Ele começou a ser construído no no fim do século XVIII e ficou pronto em 1811. A região era desabitada na época e o acesso era difícil. Por isso, foi escolhida para sediar o porto de desembarque de escravos.
A área deixa de funcionar como ponto de entrada de escravos por volta de 1831, quando leis contra a escravidão começaram a ser assinadas. Nessa época, o tráfego passou a ser clandestino e acontecia no período noturno.
Toda a estrutura do cais foi soterrada na reforma urbanística do Rio promovida pelo prefeito Pereira Passos.
Entre os séculos XVI e XIX, 10 milhões de africanos foram levados para o continente americano. Deste total, 40% vieram para o Brasil – cerca de 4 milhões de pessoas – dos quais 60% (2,6 milhões) desembarcaram no Rio.
No Cais do Valongo, historiadores estimam que desembarcaram um milhão de escravos. Por isso, a região ficou conhecida como “pequena África”. Os escravos eram expostos nos mercados e vendidos. O destino dos que morriam logo após a longa e dolorosa viagem era o cemitério dos pretos novos,
O local ficou embaixo de construções. Durante a reforma de uma das casas, os donos encontraram vestígios de milhares de africanos.

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