Foto: Leandro Milton
Cheguei a conclusão de que não existe festa como a do carnaval. O carnaval une ricos, pobres, pretos e brancos. Ao mesmo tempo que une, é também desigual em vários aspectos.
O carnaval é cultura. Cultura de um povo. Patrimônio histórico e cultural do Rio de Janeiro. E do país.
Não só em carnaval de blocos, festas e afins.
Falo também da Marquês de Sapucaí. Acabo de sair de mais uma cobertura de desfiles anestesiado com a força da Beija-Flor de Nilópolis, merecidamente campeã do carnaval, emocionado com a comissão de frente da Paraíso do Tuiuti e encantado com alegorias da Portela, Salgueiro e Mocidade.
O desfile das campeãs marcou o fim de um ciclo de um ano complicado pra mim.
Em 2017 estive no site Carnavalesco e por conta de um lamentável desentendimento meu e do dono do site Alberto João, tive uma passagem de apenas dois dias pelo site.
Lamento pela oportunidade perdida mas sei que não estava errado. E segui. Voltei justamente para o site onde eu achava que não teria mais as portas abertas, também de maneira injusta, o SRZD.
Ali fiz um trabalho de captação de imagens, edição e reportagem muito melhor, mais maduro e mais seguro que em 2016.
A empolgação de 2016 foi a maturidade de 2018.
A paciência, a calma pra saber levar as dificuldades ajudaram.
Pena que no outro, a pauta não era a mesma, a forma como se conduziram as coisas não permitiu que eu pudesse dar vida longa.
O encantamento com o carnaval voltou.
Sentir a bateria de uma escola de samba no seu ouvido é uma sensação gostosa. Arrepia. Mexe com o público.
O carnaval merece ser falado o ano todo, merece uma cobertura digna dos grandes eventos. Não falo só da Globo não. Falo das outras TVs abertas.
Falo também dos sites, rádios, revistas, jornais.
Os sites são uma peça fundamental no processo. Eles hoje ocupam a maior audiência com as pessoas que gostam de carnaval.
Sites como o Sidney Rezende, o Carnavalesco, o Sambarazzo e o Carnaval Interativo, além do Mais Carnaval falo esses pois são os principais unidos fariam muito mais diferença.
Não adianta um vir e falar que é o maior, a tal referência. Quem gosta de carnaval não se liga nisso. Lê tudo, absorve notícia de todos os lugares.
A cobertura vem crescendo cada vez mais.
O site Sambarazzo se firmou no carnaval de 2018 como um site de qualidade na transmissão do carnaval. As finais de samba enredo já foram mostra desse sucesso.
Eu acho que os sites poderiam e deveriam ser mais unidos. Até mesmo para cobrar das autoridades, da Prefeitura, da LIESA melhorias na estrutura do nosso trabalho.
A LIESA, ainda não sabe como vai ser no próximo carnaval. O presidente Castanheira deu a entender que a verba municipal para o desfile continuará no mesmo valor. 1 milhão para cada escola.
Mais que isso, a possibilidade eminente de uma virada de mesa deixando Grande Rio e Império Serrano no grupo especial assusta aqueles que enxergam que o carnaval precisa de melhorias estruturais também na sua organização.
Viradas de mesa, assim como no futebol fazem muito mal ao carnaval.
Onde entra a magia do espetáculo nisso?
No trabalho árduo de centenas de pessoas nos barracões para construir tudo que se vê de grandioso na avenida.
Ok leitor, misturei alguns assuntos.
Acho que alguns veículos de comunicação precisam parar de achar que são referência e espalhar pelos quatro ventos sendo que todo mês perde em audiência.
A questão é: teremos uma imprensa unida um dia?
Não contra a Globo. Pelo contrário. Junto dela.
Mais que isso, é preciso que a LIESA se acerte rápido com a Prefeitura e com a iniciativa privada para que tenhamos um carnaval sem sustos ano que vem.
Em 2018 o talento superou a ignorância. Não existe resposta melhor.
Olhando o carnaval como é a gente torce, fica pensando como poderia ser melhor mas ama, vive, quer saber coisas do grupo especial até a série E.
Eu volto ano que vem. Independente de lugar, eu volto
Por isso talvez seja tão bom.
