Bartô Galeno, o Rei do Brega que uma parte do Brasil não conhece

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Bartô Galeno é um dos maiores cantores deste país. Não sou eu quem digo e sim o povo. O povo sofrido do nordeste brasileiro.

A grande mídia do sul e sudeste toda vez que se refere a Bartô o coloca como cantor que fez sucesso na década de 70 e 80 apenas.

Erro de uma mídia que apenas aproveita os artistas que eles consideram do momento, tendências sem saber o que o público real está ouvindo.

Bartô Galeno faz sucesso até hoje. Sempre fez. É um ídolo brega. O ídolo que uma parte do país não conhece.

Vendeu até hoje cerca de 20 milhões de discos em números não oficiais.

O rapaz que saiu da Paraíba e veio tentar a sorte no sudeste e deu certo. Deu certo pelo seu esforço.

Foi considerado a mais bela voz do Rio Grande do Norte, lugar que Bartô tem muito carinho e é recíproco.

Descoberto por Oseas Lopes, nada mais que Carlos André lançou o seu primeiro disco “Só Lembranças” em 1975.

Cantou no Chacrinha, sua música virou pagode, virou referência no brega

Cantou em garimpo nos anos 70 e sua música embalou muitas fossas e cabarés dos interiores do Brasil assim como grandes casas de espetáculo.

Bartô até hoje faz shows. Sua agenda continua lotada, sua saúde mesmo fragilizada por conta de problemas recentes ainda o permite manter uma voz compatível com sua idolatria.




No Nordeste inteiro, Bartô é rei.

E não venha o sudeste especialmente o Rio de Janeiro e São Paulo vir dizer quem é o Rei do Brega.

Os cariocas, paulistas e a mídia desses locais não consomem música popular romântica, o brega.

Quem consome aqui são os nordestinos e oriundos de nordestinos. Então eles, digo nós já que também sou podemos dizer quem é o Rei do Brega.

Não é o genial Falcão, nem o meu ídolo Reginaldo Rossi.

Bartô Galeno, assim como Roberto Muller, Genival Santos, Carlos Alexandre e tantos outros estão numa categoria que de fato podemos o qualificar dessa forma.

Bartô Galeno é o rei deles todos. Uma espécie de Roberto Carlos brega.

Aliás, Bartô já homenageou Roberto em músicas e disco e tem em sua casa uma linda foto deles num quadro.

Ídolo de uma geração que acompanhou na força do trabalho braçal e sofrido as transformações do país nas décadas de 70 e 80.

De uma geração que pegava ônibus nas rodoviárias do nordeste e encarava três dias de viagem até às grandes capitais para buscar a vida e que luta até hoje contra o preconceito que existe contra o povo do nordeste.

As músicas de Bartô embalaram casais, fazem parte da vida das pessoas que mesmo nas grandes capitais do sudeste lembram com carinho do passado na terra natal.

Eu estive com Bartô várias vezes. A primeira vez que eu me lembro dele foi em 2006 com meu pai, este um fã inveterado e amigo de Bartô há mais de 30 anos, quando tentou se lançar cantor.

Bartô estava sumido há horas, o encontramos num bar próximo a sua casa bebendo.

Não conseguimos conversar muito.

Bartô logo depois parou de beber definitivamente, muito influenciado pela sua grande companheira Socorro, que me recebeu de forma carinhosa em sua casa anos depois para me entregar os CDs que meu pai possui de Bartô, todos autografados.

Uma vez fomos eu, meu pai e o cantor de forró Chico de Sousa, que me falou que Bartô era seu grande ídolo e até chorava de emoção ao lembrar de seu ídolo.

Bartô ao mesmo tempo que é grande, gigantesco artista é extremamente humilde e simpático.

Na última vez que estivemos juntos, na Feira de São Cristóvão no Rio conversamos um pouco e me impressionou sua humildade mesmo sendo o Rei do Brega.

O show na Feira, num domingo a tarde lotou. Assim como várias pessoas que pediam seu CD, muitas pessoas que são povo, povo de verdade porque são trabalhadores, pessoas que sempre lutaram muito na vida que é muito sofrida viam naquele dia uma distração, uma saudade, uma reverência ao ídolo.

Bartô cantou grandes sucessos, que são grandes sucessos sim e todas as pessoas presentes cantaram juntos.

O filho de Bartô, o Bartozinho também de uma extrema humildade e carinho com todos.

Bartô fez um show que é a cara de sua carreira. Boa banda, voz em dia, grande disposição e presença de palco.

Aplaudido e reverenciado por todos, é uma pena que muitas pessoas ainda não conheçam sua obra, suas músicas, sua poesia.

Ao longo da carreira Bartô enfrentou diversas dificuldades mas sempre as superou. Na sua música tá a marca do nordeste, tá a poesia tão presente na música popular brasileira e ignorada por grande parte da mídia.

Além de cantor é compositor e um dos melhores.

Gravou para Odair José, Genival Santos, Carlos André e Fernando Mendes por exemplo.

Dizem pessoas próximas que Bartô dava músicas para cantores, simplesmente não se importava se não tivesse seu nome ali.. uma loucura já que dizem que perdeu muito dinheiro com isso.

Essa é a mostra de como um grande artista é humilde a esse ponto.

Seu grande sucesso é “No Toca fita do meu carro”, de 1977 que deu a Bartô o estrelato e a idolatria.

E possui ainda muitos outros “Só Lembranças”, “Tudo é nada sem você” “A chuva traz recordações”, “Lembranças do Rei”, “Cartão Postal”, “Lembranças de nós dois”, “Máquinas Humanas”, “O grande amor da minha vida” entre outras…

Passou pelas gravadoras Tapecar e Polydisc e pelas grandes WEA, Continental e RGE.

Eu acho que assim como o gênio imortal Waldick Soriano, Bartô merece mais reverência, quem sabe até uma biografia.

Bartô vende até hoje. Merece respeito e reverência como artista.

Não só ele mas como toda a música “brega” do país.




Brega porque a mídia o colocou dessa forma.

Se Bartô é brega, o Brasil é brega. E dentro do Brega, Bartô é Rei.

Sua música é a cara do Brasil.

Bartô Galeno é o Brasil.

VEJA AQUI O PAPO QUE LEVEI COM BARTÔ ANTES DO SHOW EM SÃO CRISTÓVÃO, HÁ UM MÊS ATRÁS.

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