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Por que a Fifa recusou US$ 100 milhões a mais pelas Copas de 2010 e 2014? E escolheu a Globo?

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Coluna do Jornalista Cosme Rímoli para o Portal R7

“Em 2006, a emissora foi escolhida pela Fifa como a vencedora do leilão pelos direitos de transmissão para o Brasil das Copas do Mundo de 2010 e 2014, mesmo oferecendo US$ 100 milhões a menos que a Record.

“Nesta terça (14), a Globo foi acusada pelo empresário Alejandro Burzaco, dono da Torneos y Competencias, de pagar suborno aos cartolas. Em depoimento à Justiça americana, o argentino admitiu ter pago milhões de dólares em propina junto com a Globo e a mexicana Televisa para dirigentes do continente em troca dos direitos de transmissão de competições, como a Copa do Mundo de 2026 e 2030.

“Segundo o executivo, Marcelo Campos Pinto participou de reuniões com Marin e Marco Polo Del Nero, atual presidente da CBF, e deu o aval para o pagamento da propina.

“Ainda segundo Burzaco, que assinou acordo de cooperação com a Justiça americana, Del Nero receberia junto com Marin US$ 600 mil em propina a cada ano relativo aos contratos de transmissão da Copa Libertadores e da Copa Sul-Americana. Os valores teriam aumentado para US$ 900 mil em 2013.

Na Globo, ele sempre teve a ajuda dos cartolas da CBF. Em 2011, com o apoio de Teixeira, acabou com o Clube dos 13, que reunia os principais times do Brasil e negociava em bloco os direitos de transmissão.

Na época, a entidade tentou fazer uma licitação com todas as emissoras pelas edições seguintes do Brasileiro.

Com a possibilidade de perder o torneio para a Record, Campos Pinto se antecipou e negociou diretamente com os clubes. Teve apoio de Andrés Sanchez, aliado de Teixeira, na época presidente do Corinthians, que foi um dos primeiros a fechar de forma isolada com a Globo.

Os outros times seguiram os passos da equipe paulista. A nova fórmula inviabilizou financeiramente o Clube dos 13, que acabou em seguida.

Na Globo, Campos Pinto formatou comercialmente uma série de torneios. O Campeonato Brasileiro virou de pontos corridos em 2003 por pressão do executivo. Ele alegava que as constantes viradas de mesa atrapalhavam a comercialização do torneio.

O advogado trabalhou na Globo por 21 anos. Mestre em Direito Comparado pela Universidade de Illinois, nos EUA, foi contratado como diretor jurídico em 1994. Após cinco anos, passou a comandar o braço esportivo, que liderou até a sua saída da empresa.”

Folha de São Paulo, 19/11/2017

Matéria do repórter Sérgio Rangel

(…)Assim que estourou o escândalo, em maior de 2015 a Globo tratou de demitir seu principal lobista, Marcelo Campos Pinto, mais três executivos que participaram diretamente dos esquemas de propinas.

Em comunicado oficial, Roberto Irineu Marinho anunciou a aposentadoria de Marcelo. Na época, estudo do BBA Itau indicavam que a Globo obteve um faturamento publicitário de R$ 1,21 bilhão com os patrocínios dos campeonatos.

Todos os executivos receberam uma boa bolada com duas condições: não trabalhar para nenhum concorrente da Globo; e assumir a culpa, caso as investigações sobre a corrupção na CBF chegassem até a Globo.

Três assinaram. Marcelo se recusou.

É ele o elo da corrente que poderá jogar a Globo nas redes de um poder imune às interferências políticas: a Justiça norte-americana.

Luis Nassif, no portal GGN, 17/11/2017

Nota da rede Globo

“O Grupo Globo afirma veementemente que não pratica nem tolera qualquer pagamento de propina. Esclarece que após mais de dois anos de investigação não é parte nos processos que correm na Justiça americana”, afirmou a empresa.

“Em suas amplas investigações internas, apurou que jamais realizou pagamentos que não os previstos nos contratos. Por outro lado, o Grupo Globo se colocará plenamente à disposição das autoridades americanas para que tudo seja esclarecido. Para a Globo, isso é uma questão de honra”, acrescentou.

“O Grupo Globo deseja esclarecer que Marcelo Campos Pinto, em apuração interna, assegurou que jamais negociou ou pagou propinas a quaisquer pessoas”

A emissora não conseguiu localizar seu ex-funcionário para dar sua versão.

Talvez a cúpula da Globo não saiba.

Marcelo mora no Leblon, no Rio de Janeiro…

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