Mulher é presa após dar vários golpes no DF 

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Com UOL e G1 

A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu na noite da última terça-feira (18) uma mulher de 29 anos suspeita de 31 golpes na capital. A prisão, anunciada na quarta (19), é resultado de uma investigação de dois meses, com 20 inquéritos instalados na Operação Rainha de Copas.

Larissa Borges é acusada de dar golpes em oficinas, táxis, salões de beleza e até clínicas de cirurgia. “Ela vive de crimes, não tem emprego”, afirma o delegado-adjunto João de Ataliba Nogueira, da 1ª Delegacia de Polícia do DF, para onde ela foi encaminhada, em entrevista ao site UOL.

De acordo com o delegado, os crimes começaram pela internet. “Ela encontrava produtos via OLX e combinava com os donos para a encontrarem na Asa Sul, dava alguma desculpa e dizia que pagaria o transporte. Geralmente eram carros, motos e celulares”, conta Nogueira. “Ela pegava o bem e simulava a transferência. Geralmente fazia no final de semana, dizia que cairia na segunda.”

A jovem usava de beleza e simpatia para enganar as vítimas, de acordo com a polícia. “Uma mulher bonita, jovem, moradora da Asa Sul, uma região de classe alta aqui em Brasília. As pessoas acreditavam, mas quando a vítima percebia que foi enganada, ela já tinha repassado o produto”, afirma o delegado. “Se eles ameaçavam processar, ela fazia um escândalo, dizia que iria à delegacia prestar queixa por injúria, o que acabava assustando a vítima.”

Os crimes foram ficando mais elaborados. De acordo com relatos, ela fazia compras em estabelecimentos e, quando o cartão não passava, deixava um documento falso com telefone falso como garantia. “Só em um salão em um dia, ela chegou a gastar R$ 700 em procedimentos”, afirma o delegado. Nogueira conta que ela tinha pelo menos três nomes falsos. “Foi aí que notamos um modus operandi.”

Larissa teria feito até uma consulta em uma clínica ginecológica e um procedimento cirúrgico, de colocar silicone, sem pagar. A polícia estima que, nos dois meses em Brasília, ela tenha causado um prejuízo total de, pelo menos, R$ 50 mil.

Agora, Larissa responde por 19 inquéritos de estelionato e um de furto. “Quando a prendemos, não sabíamos que ela tinha acabado de cometer um furto, só soubemos quando ela chegou à delegacia e vimos os seus pertences, por isso também foi considerado flagrante”, explica Nogueira.

O delegado relata ainda que o número de processos deve crescer. “Desde a prisão, já chegaram novas denúncias”, conta. “Mas agora fica mais fácil de apurar, como ela está presa. Acreditamos que as investigações serão encerradas rapidamente, até o final do mês que vem.”

Policiais de Goiânia contaram para os do Distrito Federal que já conheciam Larissa, que ela era dissimulada, contava mentiras desde criança. Com 16 ou 17 anos já agia assim. Recebemos mais denúncias desde que foi presa. Ela já está indiciada em 17 crimes, mas precisaremos apurar se houve o contato e o prejuízo nesses outros — destacou o delegado.

Detida na última terça-feira, a jovem caiu em lágrimas. Segundo o delegado, não é sinal de qualquer arrependimento da “Rainha dos Golpes”, que tentou se fazer de louca no ato da prisão.

— Isso é falsidade pura. Na hora de ser conduzida à delegacia, ela começou a se debater na viatura, deu cabeçada na grade. Tentou dar uma de doida. Mas, de doida ela não tem nada. Doido não sabe que é doido, e ela ficou gritando que era doida — frisou Ataliba Nogueira.

Outro traço recorrente na personalidade de Larissa era a agressividade. Uma câmera de segurança flagrou quando ela quebrou com um carro a portaria de um ex-namorado, o qual tentava enganar ao dizer que estava grávida. Ao ser detida por policiais, a jovem insistiu que era gestante. Mas a barriga, supostamente de três meses, não crescia — ao contrário, ela só ficava mais magra, disse o delegado, que a monitorou por dois meses antes da prisão.

— Ela também foi no restaurante onde ele trabalhava, ameaçou a dona e a acusou se ser amante. Com o barraco, o rapaz quase perdeu o emprego. Foi um inferno por dois meses. Até hoje ela jura que está grávida. Ele sempre pedia para levá-la no médico, ela nunca quis. Uma vez, mandou uma ultrassonografia, e o homem descobriu que o CRM era de um cardiologista. Aí ele viu que era golpe — contou Ataliba Nogueira.

De acordo com o delegado, Larissa se apresentava nos golpes com outros três nomes: Luana, Laiane e Laiana. Ao pedir a mercadoria, ela mostrava um cartão de crédito que não passaria na máquina e, ciente disso, simulava pagamentos por meio de transferências bancárias falsas. Mas a fama de golpista logo correu entre os prestadores de serviços.

— Ela deu golpe em taxista, motorista de Uber, entregador de comida. Já estava difícil conseguir vítima. Ela não estava recebendo serviço de quase ninguém. Todo mundo estava avisado dela. O pessoal estava esperto, já cancelava a corrida quando via que era ela — contou.


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